terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O AMOR TEM O DOM DE TRANSFORMAR



Era uma manhã preguiçosa no hotel fazenda.
Caia uma chuva fina, o silêncio e a calma daquele momento traziam muita paz.
Apesar do tempo nublado demonstrar um ar de tristeza e melancolia.
KEL estava de pé perto da janela do quarto olhando um arco-íris que se formava no pé da serra.
Perdida nos pensamentos, refletia de como agora sua vida estava sossegada, não parecia com o caos que ela estava a dois anos atrás.
Olhou NICK na cama. Dormia serenamente.
Estava muito feliz, amava-o muito..
Amor este que teve que passar por muitas dificuldades, mas que sobreviveu a tudo isso.......

Dois anos antes...............

KEL trabalhava em um consultório odontológico como atendente.
Gostava do seu trabalho, mas não era isso que queria para sua vida.
Estava lá somente até achar um trabalho na área de turismo, afinal estava terminando sua faculdade.
Enquanto isso distribuía seu currículo em agência de viagens, hotéis e todos os lugares possíveis que encontrava.
O final de ano se aproximava e com ele a formatura.
KEL não via a hora de que isso acontecesse.
Foi com imensa alegria que na semana de formatura recebeu a proposta de trabalho em um hotel fazenda muito conceituado da região., freqüentado pela alta sociedade e até turistas estrangeiros.
Tudo estava começando a caminhar para uma nova vida, estava se formando e havia conseguido um trabalho na área que tanto queria.
Com certeza esse trabalho no hotel fazenda iria lhe abrir muitas oportunidades.
Faria de tudo para dar o melhor de si, era a oportunidade de ouro e não poderia deixar ela escapar.
A formatura correu tudo bem na maior felicidade.
Já no dia seguinte KEL teria que se apresentar no novo serviço.
Acordou cedo e estava no hotel fazenda antes do horário marcado para começar.
Foi recebida por uma mulher muito elegante e distinta:
- Você deve ser a KEL, a nova funcionária?
- Sim. (respondeu KEL tentando disfarçar o nervosismo).
- Bom meu nome é Jane e sou a dona desde hotel fazenda. Meu marido Bob está em uma reunião importante e não pode estar presente. Gostamos de passar algumas instruções nós mesmos para os novos funcionários. Deu para notar que não terá problemas com nossa primeira instrução, pontualidade, chegou antes do horário marcado. Isso é ótimo. Aqui seguimos á risca certas regras e o descumprimento de algumas delas dependendo da gravidade resulta na demissão. Prezamos muito a qualidade no atendimento para satisfazer melhor os nossos hospedes. A princípio vai achar que somos muito rígidos, mas com o tempo vai notar que é isso que nos faz sermos um dos hotéis fazenda mais conceituados da região. Como hoje é o seu primeiro dia , vai conhecer todas nossas instalações e vou te passar uma lista com algumas de nossas principais regras, qualquer dúvida você pode me procurar ou perguntar a algum dos outros funcionários, tudo bem? Alguma dúvida?
- Não senhora, está tudo bem, darei o melhor de mim no trabalho. (KEL disse controlando o nervosismo e tentando ser natural)
Pelo jeito não seria tão fácil trabalhar lá, Jane passou a impressão de superioridade, isso deixava KEL preocupada. Mas não desistiria facilmente. Saberia cumprir tudo a risca.
Jane passou uma pequena lista de algumas das principais regras do local e apresentou KEL a CRIS.
CRIS era uma das recepcionistas, trabalhava lá já fazia dois anos e foi encarregada de mostrar as instalações e explicar qual seria o serviço que KEL teria que fazer, além de tirar algumas duvidas que ela tivesse.
Logo de cara sentiu grande afinidade com CRIS, com certeza iam se tornar grandes amigas.
KEL preferiu ler primeiro a lista das principais regras antes de conhecer todo o local.
Lá dizia sobre a questão da pontualidade, ética no trabalho, como tratar os hospedes...
CRIS levou KEL para conhecer as instalações:
- Bom KEL como pode ver a estrutura do hotel fazenda é enorme, temos vários quartos na sede principal e alguns chalés individuais aqui do lado. Temos uma mata para passeio e uma cachoeira para a prática de rapel , além de toda uma estrutura para arvorismo. Temos piscina coberta, sauna, quadra de esportes no outro pavilhão. Logo mais abaixo temos um lago para a prática de canoagem, sky, passeio de lancha. Temos um haras para os hospedes que quiserem cavalgar ou dar um passeio de charrete. Salão de festas. Enfim toda uma estrutura de lazer para quem tem muito dinheiro.
- É CRIS é muito grande aqui, mas também é lindo!
- Tem toda razão KEL. Bom você vai trabalhar na sede principal. Seu trabalho não será difícil. Tudo que terá que fazer é ficar a disposição de alguma solicitação de hóspede. O trabalho maior por aqui é nas férias ou nos finais de semana. Durante o meio da semana é muito tranqüilo. E qualquer dúvida pode me perguntar.
- Obrigada CRIS, mas então vamos começar já.
- Combinado, vou te dar o uniforme, você se troca e já começa.
KEL foi se trocar e saindo do vestiário dá um esbarrão em um rapaz muito bonito, loiro, alto, olhos azuis que faz um bico antes de dizer:
- Ei não olha por onde anda não?
- Peço desculpas. Comecei hoje e estou um tanto perdida.
- Começou hoje, que ótimo, então vamos nos ver mais vezes. (disse abrindo um largo sorriso e dando as costas para KEL).
Era bonito mas pareceu um tanto antipático.
Contou para CRIS do ocorrido, que explicou:
- Você conheceu o NICK, o único filho da Jane e Bob, ou seja o herdeiro disso tudo. Mimado e folgado. Não quer saber de estudar, vive festando e arrumando confusões. Mulherengo ao extremo e só sabe gastar. Odeia ser contrariado e sempre acorda de mau humor. Portanto se ele pedir algo a você, faça logo senão ele já fica nervoso. Orgulhoso, não vai ve-lo pedindo desculpas ou admitindo que errou. Prefere morar aqui no hotel fazenda do que com os pais na cidade. Então vai esbarrar com ele muitas vezes por aqui e te dou um conselho básico, não dê muita confiança a ele, isso pode te dar dores de cabeça no futuro, experiência própria.
- Ei CRIS que rapaz problemático esse. Tem tudo na vida e parece que não dá valor. Queria ver só se perdesse tudo o que faria. Ai iria ver como é duro batalhar para viver. Mas fiquei curiosa em saber da sua experiência em não dar confiança pra ele.
- Pois é KEL, NICK adora dar em cima das novas funcionárias. Quando entrei me cercava de todas as maneiras, não dei confiança pois uma das antigas funcionárias já tinha me alertado sobre isso. Ele não gostou muito e uma tarde me trancou em uma das saunas e disse que me soltaria só se eu desse um beijo nele. Comecei a passar mal por causa do lugar fechado e disse que daria o beijo. Ele abriu a porta e veio me dar o beijo justo na hora que Jane passava por lá. Resultado levei uma advertência por conta disso e ele nem abriu a boca para explicar nadinha. Ou seja eu não tinha nem o que dizer afinal era filho da dona, e até explicar que focinho de porco não é tomada...E outra não podia perder o emprego, meu pai estava doente e dependia do que eu ganhava. Até hoje não converso com ele, só respondo o que ele me pergunta e só.
- Nossa CRIS, isso é chato. Vou procurar não dar confiança. Não quero arrumar confusão com os patrões.
Depois disso KEL foi começar seu trabalho.
Realmente não era complicado.
Passaram-se um mês e já havia conquistado a simpatia de todos os colegas.
Para seu alivio tinha cruzado poucas vezes com NICK, e ele não havia tentado se aproximar. Não queria passar por uma situação como a de CRIS.
Naquela semana, o hotel fazenda iria fazer aniversário de inauguração, Jane e Bob resolveram fecha-lo durante um dia e proporcionar uma festa com todos os funcionários.
CRIS e KEL capricharam nas roupas e procuraram se divertir.
A festa correu animada ate altas horas.
NICK como sempre exagerou na dose e bebeu todas, tanto que por azar acabou virando um copo de vodka em cima de KEL que ficou nervosa, afinal o vestido era emprestado:
- Ei olha só o que você fez!
- Ah isso não é nada! É só limpar e pronto! (disse NICK na maior calma)
- Para você é muito fácil não é. Tem tudo que quer. Queria ver se estivesse no meu lugar e tivesse que trabalhar para se sustentar! (falou KEL morrendo de raiva).
- Pois é por sorte não preciso disso mesmo, tenho tudo que quero e aproveito a vida. Aliás não tinha reparado em você, mas está a maior gatinha nesse vestido, e ficou melhor ainda com essa cara de brava. ( disse NICK com ar sarcástico).
KEL ficou ruborizada com que NICK disse, virou se para terminar aquela conversa. NICK então puxa o braço de KEL e no impulso rouba-lhe um beijo. Ela pega de surpresa, após o beijo solta um sonoro tapa na cara dele e sai com passos rápidos de perto.
CRIS presenciou toda a cena e tratou de tirar a amiga de lá.
Com certeza KEL agora trabalharia sobre pressão, NICK não deixaria barato aquele tapa, mas estava feito e não poderia voltar trás.
Naquela noite KEL não conseguiu dormir, não tanto pelo tapa lhe trazer problemas no trabalho, mas sim pela forte impressão que aquele beijo havia lhe causado.
No dia seguinte KEL trabalhou normalmente mas ficou a maior parte do tempo calada, esperava a qualquer momento cruzar com NICK e não saberia o que poderia acontecer.
Por sua sorte ele não apareceu cedo.
Na verdade pela ressaca do dia anterior dormiu até depois do horário de almoço.
Acordou, foi ao banheiro e olhou-se no espelho, e olhando seu rosto pode notar ainda a marca do tapa de KEL e pensou:
“ Eita garota que dá um tapa doído, mas o beijo foi muito bom. Essa garota tem atitude, gosto disso, é diferente das outras. Vou procurar me aproximar dela e quem sabe lhe roubar mais um beijo.”
Sorriu ao pensar nessa possibilidade, tomou um banho e desceu para ver se cruzava com KEL.
KEL fazia ser serviço quando NICK a chama:
- KEL está brava por ontem ainda?
- Não! (respondeu KEL por monossílabo)
- Queria trocar umas palavrinhas com você, será que tem como?
- Não! Estou no meu horário de serviço e não posso ficar de papo para o ar! A contrário de você preciso trabalhar para pagar minhas contas! (virou-se para encerrar o assunto)
NICK se pôs em sua frente:
- Então depois do expediente, estarei esperando á beira da piscina.
- Vou ver, meu turno encerra mais tarde hoje, mas não prometo nada, se der eu irei!
KEL saiu de perto dele, foi firme nas palavras mas no fundo estava muito nervosa, não sabia o que fazer, foi falar com CRIS.
NICK se sentiu ainda mais atraído por ela, não sabia explicar o que estava sentindo, não havia sentido aquilo por nenhuma mulher. Esperaria o final do expediente e a esperaria no local combinado, queria falar com ela, saber mais sobre ela.
CRIS ouviu o que KEL havia terminado de contar e disse:
- Muito cuidado amiga, lembre-se do que lhe contei. Cuidado para não colocar seu emprego em risco por conta desse encontro.
- Pode deixar CRIS, não quero perder meu emprego, estou adorando trabalhar aqui, vou falar com ele sim, não tenho medo dele e outra vou por um ponto final sobre a conversa e o tapa de ontem.
KEL estava determinada quando disse isso, não era um filho de papai mimado que iria colocar sua vida de pernas para o ar.
Após o expediente foi á beira da piscina, NICK já estava lá. Já chegou dando sermão:
- Sobre o tapa de ontem, vou te dizer que você mereceu, foi muito abusado!
- Ei garota vamos com calma. Não vamos começar essa conversa exaltados. Vamos sentar e conversamos melhor.
- Não obrigada, estou bem de pé.
- Nossa! È brava assim o tempo todo?
- Não só com quem merece!
- Olha queria te pedir desculpas por ontem. Tinha bebido demais e fui muito mal educado quando derramei vodka no seu vestido, ah e peço desculpas também pelo beijo.
KEL ficou pensativa, não estava acreditando que ele estava pedindo desculpas á ela afinal pelo que sabia ele nunca fazia isso por nada, era muito orgulhoso.
- Está desculpado. Mas não quero que me dirija a palavra quando estiver no trabalho, preciso dele e não quero levar uma advertência. Sua mãe foi bem categórica quando me disse em seguir a risca as regras do hotel fazenda.
- Tudo bem, não vou te incomodar no seu horário de serviço. Mas gostaria muito se aceitasse um convite meu para sair qualquer dia desses. Para compensara o mal estar de ontem.
- Vou pensar.
- Estamos em paz então? Quem sabe nos tornamos amigos? (NICK disse estendendo a mão para um cumprimento).
KEL ficou em dúvida, não sabia se ele estava sendo sincero ou não. Resolveu dar um voto de confiança á ele afinal se ficasse de bem, não teria com que se preocupar em passar o tempo todo preocupada e sob pressão.
- Tudo bem vamos tentar não nos estranharmos mais. Amizade? Talvez, está muito cedo ainda pra dizer se poderemos nos tornar amigos. (disse isso estendendo e apertando a mão oferecida por NICK).
O contato físico das mãos de ambos fizeram cada um ter uma sensação diferente. Enquanto NICK sentiu um brando calor brotar em seu coração, KEL sentiu um arrepio percorrer pelo seu corpo.
Depois deste dia NICK convidou KEL várias vezes para sair, mas ela sempre arranjava uma desculpa para não aceitar.
Isso deixava NICK nervoso, havia descoberto que pela primeira vez na vida estava amando e pelo jeito não era correspondido. Não sabia o que fazer para conquistar KEL.
Certo dia passando pelo corredor escutou KEL conversando com CRIS, resolveu ficar por perto para ver o que tanto falavam.
- O que pensa em fazer KEL? Vai ter uma hora que não vai mais poder arranjar desculpas para não sair com ele.
- Eu sei CRIS, mas não quero arranjar confusão com Jane. Esse emprego é tudo pra mim, não posso coloca-lo em risco. E outra NICK é mimado demais, não ta aí com nada, não trabalha, só gasta. Já está na idade de ter responsabilidades e pelo visto foge delas, escuto comentários que Jane não sabe mais o que fazer.
- Tem toda razão KEL melhor ficar longe dele, assim evita problemas.
NICK escutava tudo e realmente o que as duas tinham razão, estava com 26 anos e só curtia a vida. A mãe já havia lhe chamado á responsabilidade de se interar dos negócios da família milhares de vezes mas ele nem ligara. Resolveu mudar de vida radicalmente, quem sabe assim KEL passaria a olha-lo com outros olhos.
Foi conversar com a mãe, iria fazer faculdade de administração e começaria a se interar dos negócios da família. Jane se assustou, afinal NICK nunca a escutava, mas devido a iniciativa dele de mudar ficou muito feliz.
Foi com grande espanto que os funcionários do hotel fazenda souberam dias depois que NICK estava fazendo faculdade e se espantaram mais ainda o vendo entrar todo engravatado para seu primeiro dia de trabalho.
KEL desconfiou de tal mudança e ao parecer dela isso não duraria muito, logo ele se cansaria daquela vida de estudo e trabalho e voltaria a ser o que era antes. Mas isso não aconteceu, NICK se manteve firme no propósito de estudar e trabalhar e havia parado de vez com as farras de antes.
Mais seguro de si tentou convidar KEL novamente para sair e ela agora não teria mais desculpas para não aceitar.
Foi isso que aconteceu.
Saíram para jantar e após uma longa conversa ela pode ver que realmente ele estava mudado.
Sentiu o coração acelerar quando ele disse:
- KEL estou começando uma nova vida e gostaria que fizesse parte dela. A maior responsável pela minha mudança de comportamento foi você. Estou perdidamente apaixonado. Será que posso ter uma chance de mostrar todo o amor que sinto por você?
KEL ficou muda, não sabia o que falar, com muito custo conseguiu dizer:
- Estou confusa com o que me disse, me dê um tempo para pensar, quando tiver uma resposta eu lhe procuro.
Nos dias que se seguiram KEL não conseguiu se concentrar no trabalho, as palavras de NICK haviam tocado fundo seu coração, mas ao mesmo tempo tinha receio de se machucar, de se taxada de interesseira ou até mesmo perder o emprego.
O coração falou mais alto que a razão e decidiu arriscar, daria uma chance á NICK.
O procurou e deu sua resposta.
Ele vibrou de alegria, só o tempo diria se aquele relacionamento iria para frente.
Saíram várias vezes, se conheceram melhor. KEL notou que realmente ele estava mudado, diferente e mais responsável. Tanto que aceitou seu pedido de namoro, só faltava contar aos pais dele.
Problemas á vista, pelo jeito Jane e Bob não aprovaram muito, quando NICK levou KEL para sua casa para as devidas apresentações a expressão de seus rostos não eram das melhores, tanto que ela não se sentiu bem naquele ambiente.
Jane não se conformava do filho estar namorando uma empregada, mostrou-se preconceituosa a respeito disso. Passou a não olhar mais pra KEL, evitava ficar no mesmo lugar que ela, demonstrava total desprezo. A tratava mal na frente dos outros funcionários.
Isso deixava KEL totalmente triste, afinal queria estar bem com os pais dele. Estava o amando muito.
Certo dia KEL estava só fazendo alguns serviços quando Jane se aproxima:
- Preciso ter uma conversa séria e definitiva com você. Sabe que não vejo com bons olhos seu namoro com meu filho. Quero que se afaste dele!
- Mas eu o amo, não vou ficar longe dele. (diz KEL com voz firme).
- Amor? Acho que não. Sei muito bem que pessoas como você só estão atrás de status para subir na vida?
- Por acaso está dizendo que sou interesseira? Que estou com ele somente por dinheiro? Está redondamente enganada a meu respeito, se me desse uma chance para me conhecer melhor descobriria que não sou este tipo de pessoa.
- Não estou interessada em saber. Meu julgamento é este. Quanto quer, para deixar meu filho em paz?
- Está querendo me comprar? Fique sabendo que meu amor por NICK não está a venda e não há dinheiro no mundo que você possa me dar que me faça ficar longe dele.
- Deixe de ser durona menina, todo mundo tem seu preço, some dizer que eu pago, poderá viver muito bem pelo resto da vida.
KEL estava totalmente indignada com aquela proposta, só porque ela não aceitava aquele namoro não era motivo para tanto.
NICK que havia ido procura por KEL havia escutado toda a conversa. Ficou pasmo com o que acabara de ouvir sua mãe propor, se enchei de coragem e se aproximou das duas dizendo:
- Mãe nunca pensei que fosse capaz de tamanha atitude. Pensei que queria o melhor para mim. Amo KEL e a escolhi para ser a mulher da minha vida, tanto que assim que me formar irei me casar com ela. Nada do que me disser vai fazer eu mudar de idéia. Não vou abrir mão da minha felicidade por um mero capricho seu, só para sustentar seu status diante da sociedade.
- Está iludido por esta mulher meu filho, ela é uma caça-dotes e uma hora vai descobrir que eu tenho razão!
- Estou vendo que é impossível falar com você. Quer saber está na hora de eu andar com minhas próprias pernas. Não preciso de nada de você para crescer na vida. Fique com seu dinheiro. Estou indo embora daqui e KEL irá comigo.
- Pois vá, filho ingrato! Mas tenho certeza que pela vida que levou até hoje de luxo e conforto, não vai suportar ser um empregado, e vai voltar me pedindo desculpas.
- Vamos ver então! Está me achando incapaz de me sustentar sozinho? Vai descobrir que está errada. Só espero que um dia me dê valor. Não vou deixar de ama-la afinal é minha mãe, mas só não demore muito para descobrir o quanto a amo pois posso me distanciar cada dia mais e mais.
NICK dizendo isso, pega o braço de KEL e saem. Jane fica muda e sentiu um grande aperto no coração com aquelas palavras ditas por NICK. Era seu único filho e agora a estava abandonando.
KEL deu total apoio para a iniciativa de NICK, realmente era outra pessoa.
Saíram de lá e foram para a casa dela, ficariam por lá por alguns dias até arrumarem um cantinho só para eles.
Não demorou muito para acharem uma pequena casa para alugar.
NICK arrumou um estágio em uma pequena empresa de um amigo seu e KEL começou a trabalhar em um agência de turismo onde era responsável pela venda de passagens.
Passaram por muitas dificuldades, o dinheiro contado fizeram várias contas para montar a casa, mas não davam importância para isso. Estavam felizes juntos e cada dia mais apaixonados.
Depois que saiu de casa NICK não havia mais ligado para a mãe e muito menos não havia recebido ligação dela.
As únicas informações que tinham era o que CRIS dizia a eles. Jane depois disso passou a ficar mais irritada no dia a dia, dando patadas nos funcionários quase a todo momento. Vivia de mau humor e quase não falava com ninguém.
Começou a administrar mau o hotel fazenda, tanto que havia perdido parte dos hospedes e conseqüentemente teve que demitir alguns funcionários.
NICK se sentiu profundamente triste com isso, mas foi a escolha da mãe tudo aquilo. Estava preocupado com ela mas não iria até lá para vê-la como estava, e correr o risco de escutar que ela tinha razão.
KEL tentava anima-lo enchendo-o de carinhos e mimos.
Dois meses depois. NICK recebe um telefonema de seu pai dizendo que Jane estava hospitalizada e pedia para ele ira ao hospital. Jane havia caído de cama e apesar de fazer todo tipo de exame nos melhores hospitais nada havia sido encontrado levando a crer que era de natureza psicológica, talvez se sentisse culpada ao extremo pelo afastamento de NICK.
NICK atendeu o pedido do pai e foi ao hospital com KEL. Ela ficou do lado de fora esperando, não queria entrar apesar da insistência da NICK, não saberia qual seria a reação de Jane ao vê-la.
Jane não parecia mais aquela pessoa altiva do dia que contratou KEL, naquela cama de hospital estava profundamente abatida, olhar distante, expressão triste.
Vendo NICK entrar esboçou um leve sorriso e com voz um tanto embargada pela emoção e pela fraqueza, com muito custo disse:
- Que bom meu filho que veio me ver, preciso tanto falar com você. Não diga nada por enquanto, só quero que me escute. Sei que fui muito injusta com você. Deveria ter sido mais tolerante. Seu afastamento me trouxe muita tristeza, tanto que agora estou aqui nessa cama. Preciso do seu perdão, preciso que volte para perto de mim. Eu o amo tanto.
- Mãe, sabe o quanto te amo também, não sabe o quanto meu coração se apertou quando soube que estava doente, mas sabe que não sou o único que deve pedir desculpas. KEL mais do que eu merece que se desculpe.
- Eu sei meu filho, ela está ai?
- Está lá fora, não quis entrar.
- Pois peça que ela entre.
NICK foi buscar KEL e deixou as duas no quarto para poderem conversar mais a vontade.
KEL aproximou-se da cama.
Jane começou:
- Acho que lhe devo desculpas por tudo que disse e fiz para você KEL. Admito que errei muito. Amo meu filho e agora sei o quanto ele a ama. A distancia dele me trouxe muito sofrimento, tristeza. Não quero mais continuar com isso. Queria saber se me perdoa por tudo e se podemos passar uma borracha no passado e começar uma nova vida daqui para frente? (lágrimas corriam pela face de Jane, mostrando total sinceridade no que dizia).
- Errar é humano, também cometo erros, mas através deles que nos tornamos pessoas melhores. Vejo sinceridade nos seu olhos e estou disposta a perdoa-la e a partir de hoje começar novamente. Tudo em nome da felicidade da pessoa que mais amamos em comum. (KEL também não continha ás lágrimas, parece que estava tirando um grande peso do coração voltando as boas com Jane).
Selaram o perdão com um forte abraço.
Dias depois Jane tinha alta e resolveu tirar umas férias na Europa, durante sua ausência deixaria NICK a frente do hotel fazenda.

KEL foi tirada dos pensamentos com um leve toque de NICK em seu ombro:
- O que está pensando, amor?
- Estava relembrando tudo que passamos dois anos atrás, e pensar que hoje tudo está em paz, sua mãe é minha melhor amiga, nos damos super bem, não brigamos, saímos juntas. Você fez o hotel fazenda voltar á prosperidade e com isso conseguiu o reconhecimento de muita gente inclusive da sua mãe. Dentro em breve vai estar se formando, vamos nos casar.............
- Pois é tudo caminha muito bem, e pensar que tudo que aconteceu na minha vida foi por sua causa. O amor por você fez essa revolução toda. Tenho certeza que serei muito feliz ao seu lado.
Beijaram-se apaixonadamente, enquanto a chuva fina parava e ao longe atrás da serra alguns raios de sol já apareciam levando toda a tristeza de um tempo nublado e trazendo a luz de dias felizes.

Um comentário:

Raquel Rocha disse...

Criss, ficou dez
Santa Criatividade heim Amiga.
huahuahua
;*