quinta-feira, 25 de junho de 2009

MUDANÇA DE VIDA





MUDANÇA DE VIDA

Época da Idade Média.
Senhores feudais com suas grandes propriedades, ricos e cheio de poder.
Do outro lado pobres camponeses, trabalhando duro e sendo explorados por eles.
É nesse cenário que começa nossa história........
A.J era filho de um grande Senhor feudal, cheio de terras e muito respeitado na região, ajudava o pai a administrar, mas tinha muitas coisas que não concordava, uma delas de como seu pai explorava os camponeses cobrando altos impostos sobre a utilização do moinho além de ficar com quase toda a produção deles.
Não concordava também com a forma violenta com que os que não pagavam eram punidos, eram presos e torturados.
Do outro lado vivia LANINHA, uma linda camponesa, morava com os pais na colônia.
Ajudava eles no campo, na casa. Vivia sua vida na maior tranqüilidade.
Mas tudo isso estava prestes a mudar....
Naquele semestre a colheita não havia sido boa e estava chegando o dia do pagamento dos impostos.
O pai de LANINHA nem dormia de tanta preocupação, já tinha algumas dívidas que com certeza iriam ser cobradas junto com as atuais.
Sabia que não teria como pagar por causa da falta de produção.
Com certeza o levariam preso, temia por isso. Não queria que sua esposa e sua filha ficassem abandonadas, assim seria mais difícil cuidar das terras e pagar o que deviam.
Chegado o dia do pagamento, os Senhores feudais mandavam seus homens de confiança casa por casa fazer a cobrança.
Na casa de LANINHA , seu pai nervoso não sabia o que fazer.
LANINHA e sua mãe tentavam acalma-lo, em vão.
Batidas na porta são ouvidas.
Eram os cobradores.
O pai de LANINHA abre e explica a situação implorando para que relevassem daquela vez e que o deixassem pagar na próxima colheita.
De nada adiantou, estavam irredutíveis, entraram na humilde casa revirando tudo, achavam que ele estava tentando esconder os valores a serem pagos.
Não acreditaram na versão de que havia tido pouca colheita.
Não encontrando nada, não se deram por contentes.
Um deles começa a ficar nervoso e parte para cima do pai de LANINHA dizendo bravo:
- Não tem como pagar!!!! Vai preso e vai ser torturado. O senhor precisa receber os impostos! (e já vai dando pancadas sem dó e nem piedade).
Apesar da aparência pacata LANINHA tinha um gênio forte, não agüentou e partiu para cima do cobrador.
Pobre LANINHA antes ficasse onde estava.
Além de ser dominada pelo cobrador, fez ele ter uma idéia que mudaria sua vida para sempre.
- Se não tem como pagar levaremos sua filha como pagamento. Aposto que terá utilidade como uma das serviçais da casa do Senhor , pelo menos assim parte da sua dívida será quitada.
O pai de LANINHA se revolta, mas não tem o que fazer diante da concordância da filha:
- Deixa pai, eu vou com eles, trabalho lá e pago a dívida do senhor, em breve estarei de volta não se preocupe.
Em lágrimas seus pais se despedem dela.
LANINHA se mantinha forte no seu propósito, faria de tudo para quitar as dívidas do pai e poder voltar a viver junto deles, poderia demorar mas conseguiria.
Chegando á casa do Senhor LANINHA foi levada ao encontro dele.
Era um senhor altivo, com olhar que impunha respeito, vendo o cobrador entrar com ela disse:
- Mas o que significa isso?
- O pai dela não teve como pagar os impostos, então trouxe a filha para prestar serviços em sua casa, uma forma de pagar o que o pai deve, assim o senhor não fica no prejuízo.
- É fez bem, ela vai trabalhar na cozinha junto com as outras e ser precisar vai arrumar a casa.
Nesse momento A.J chega:
- Pai! Preciso falar com o senhor!
Nem terminou a frase direito, ficou fascinado por LANINHA quando a viu, moça simples, olhar sincero, expressão suave.
Tanto que esqueceu o que ia falar ao pai.
- Fale meu filho!
- Nada não, besteira, nada de importante.
LANINHA foi levada á cozinha onde iria trabalhar, enquanto seu pai explicava o por que daquela moça estar lá.
Embora A.J tivesse ficado fascinado por ela, ela por sua vez nem notou ele.
Para ela, ele era somente o filho do Senhor e consequentemente seria como o pai.
Só de olhar sentia certa repulsa por aquela gente que só queria saber de enriquecer mais e mais, ganhar poder, e não se importando com o sofrimento alheio.
Seu serviço era simples, era ajudar na cozinha e quando o serviço apertava ajudava as outras na arrumação da casa.
A.J depois daquele dia não conseguia parar de pensar nela. Ela havia deixado forte impressão.
Naquela época um “nobre” não podia se relacionar com pessoas de níveis inferiores, eram mal vistos por conta disso. A não ser para se divertirem.
Ele estava cansado das etiquetas, todos se mostravam falsos e interesseiros, tudo em nome de status e poder.
Não nascera para ser igual a todos a quem costumava conviver, se sentia mal no meio deles, suas opiniões sempre iam contra ao que todos diziam por isso evitava ir nas festas organizadas pelos outros Senhores.
Várias famílias estavam interessadas em apresentar suas filhas e propor casamento á ele, afinal seu pai era um dos mais ricos e importantes Senhores da região.
Isso o incomodava, não queria se casar por conveniência, sonhava em se casar por amor.
Ficava observando LANINHA a distância, tinha receio de se aproximar, mas como gostaria de conversar com ela, saber seu nome, saber da sua história, quem sabe ajudar em alguma coisa.
Certo dia LANINHA teve que ir arrumar os quartos, achando que não havia ninguém foi entrando no primeiro, que era o quarto de A.J, ficou totalmente envergonhada quando deu de cara com ele, que havia acabado de sair do banho e estava enrolado ainda na toalha.
- Me desculpe! Vim arrumar o quarto, achei que não tinha ninguém. Volto depois.
Terminou de falar e saia já vermelha de vergonha.
A.J então a segura pelo braço:
- Ei espera, não precisa se desculpar, diga ao menos seu nome.
-LANINHA.
Saiu.......
A.J sorria, enfim ouvira sua voz, suave como uma leve brisa, e mais sabia seu nome.
LANINHA desceu as escadas correndo de tanta vergonha.
Apesar das outras perguntarem o que havia acontecido ela permaneceu muda.
Não sabia explicar o que sentiu quando viu o filho do Senhor só de toalha, foi constrangedor.
Os dias que se seguiram foram normais, LANINHA só ficou na cozinha e raras vezes foi ajudar na arrumação da casa. Cruzou algumas vezes com A.J mas de vergonha nem olhava para ele.
Já A.J sempre que podia a observava de longe.
Certo dia LANINHA fazendo os afazeres na cozinha foi assediada por um dos empregados do Senhor., afinal era bonita. Lascou um bela de um tapa nele e saiu correndo pelo pátio sendo perseguida por ele.
LANINHA tropeça e só não se estabaca no chão porque A.J a segura, e repreende o cobrador:
- O que pensa que está fazendo? Deixe a moça em paz, não quero que a fique a perseguindo. Isso não é um aviso é uma ordem! (disse ríspido).
- Sim senhor, desculpe. (disse retirando-se)
LANINHA pronunciou um baixo agradecimento e saiu correndo.
A.J ficou a observando, a aproximação estava difícil.
De alguma forma LANINHA não queria conversa com ele.
Com razão devia achar que ele fosse como o pai, entristeceu, ela realmente lhe interessava.
Já dentro da casa LANINHA respirou fundo, o jeito autoritário com que A.J havia falado, deixou ela com a certeza que ele era como o pai.
Ficaria longe dele, já bastava o sofrimento que estava passando longe dos pais.
O empregado, de nome Ares, ficou com raiva do acontecido. Queria ter LANINHA, e faria de tudo para isso, nem que tivesse que ser capaz das piores coisas. Daria uma lição nela. Começou a arquitetar alguma coisa, para vê-la sofrer, implorar por sua ajuda.
Sorriu malicioso.
Passou dias observando os hábitos da casa, de LANINHA, e resolveu armar para cima dela. Como tinha livre acesso na casa seria fácil. Além do mais cuidava do calabouço de presos, prendendo ela lá, poderia fazer o que quisesse com ela sem ninguém interferir.
Ares entrou na casa pegou algo de valor e escondeu nas coisas de LANINHA, e depois foi falar com o Senhor, acusando-a de roubo.
O Senhor mandou vasculhar as coisas dela e constatou que era verdade.
LANINHA foi presa no calabouço, escuro, cheio de goteiras, ratos e baratas passado perto de seus pés.
Ares estava na frente dela sorrindo sarcástico:
- Fugiu de mim naquele dia, mas agora não vai fugir mais, está no meu território e aqui quem dita as regras sou eu. Mais tarde vamos ter uma conversinha só nós dois. Agora tenho que fazer mais alguns trabalhos para o Senhor, mais tarde eu volto.
LANINHA tentava se livrar das algemas sem sucesso.
Enquanto isso A.J já estava a par de tudo e não poderia ficar parado, foi falar com o pai.
- Pai não pode deixar ela presa.
- Como não, é uma ladra.
- Releve pai, vai ver fez isso para pagar o que devia e voltar logo para casa.
- Essa gente da ralé não se pode confiar.
- Então eu proponho um acordo.
- Que acordo?
- Quero ela para mim.
- Tem certeza?
- Tenho sim.
- Hum, tudo bem eu autorizo você se divertir com ela, mas quando se cansar ou ela tentar fugir, volta para o calabouço.
- Combinado.
A.J ficou aliviado com a concordância do pai, mas teria que convencer LANINHA a ficar com ele, para não voltar a ficar presa.
Desceu até o calabouço e foi busca-la.
Ares não estava.
LANINHA ao vê-lo estranhou.
Ele meio sem jeito tentou explicar:
- Convenci meu pai a te soltar, desde que fique comigo, no meu quarto, se tentar fugir voltará para cá.
LANINHA fez cara de espanto, preferia a morte em vez de ser usada como um objeto, não iria servir de diversão para ninguém, fechou a cara.
A.J entristeceu, viu que não tinha se expressado bem, com certeza ela tinha entendido tudo errado, estava fazendo aquilo para ela não ficar a mercê de Ares, não queria que ela o odiasse por isso.
Subiu com ela para o quarto, lhe deu algumas roupas para tomar um banho e se trocar. Ficou esperando.
Quando ela saiu se aproximou:
- Olha não me entenda mal, era o único jeito de te tirar de lá.
- Fica longe de mim, não vou ser um brinquedinho na sua mão , nem tenta se aproximar.
LANINHA não dava brecha para ele falar. Não queria ouvir nada do que ele tinha a dizer.
- Vou voltar para casa, fugir daqui. Disse já tomando o rumo da porta.
A.J a agarra e não deixa sair:
- Me solta!!!!!
- Desculpa, não posso, meu pai foi claro se sair daqui ou fugir você volta para o calabouço.
LANINHA se debatia, mas ele era forte.
- Não vai ter jeito vou ter que te prender.
Dizendo isso a prende ao pé da cama:
- Tente entender não quero lhe fazer mal algum.
- Mentira, não confio em você, se não quisesse meu mal me deixaria partir.
- Não! Sabe como meu pai é, acharia você facilmente. Voltaria a ficar presa em dois tempos. E sabe que Ares é impiedoso com fugitivos.
- Grande diferença, sai de uma prisão e vim parar em outra.
- Estou tentando explicar mas está tão rancorosa que nem me entende.
- Você é igual seu pai. Não tente me convencer do contrário.
- Se me conhecesse melhor veria que sou totalmente diferente dele.
Dizendo isso saiu do quarto.
LANINHA ficou pensativa, será que estaria enganada com o julgamento que havia feito de A.J?
Só tempo mostraria a ela a verdade.
Enquanto isso Ares chegava no calabouço e socava a parede com raiva depois de ter sido informado sobre a condição de LANINHA.
Mais uma vez seus planos teriam que ser adiados.
A.J saiu do quarto e foi cavalgar e pensar um pouco.
Afinal o que estava acontecendo com ele?
Não tinha como explicar, mesmo LANINHA tendo lhe tratado mal dizendo que não confiava nele, não conseguia sentir raiva dela.
Só torcia para ninguém descobrir a “mentira” e ela voltar a ser presa.
Um pensamento louco veio a sua cabeça. O único jeito dela ficar livre era se tornando sua esposa.
O difícil estaria em convencer o pai disso, tradicional não iria permitir de forma alguma. Mas e se casassem ás escondidas não teria como voltar atrás.
Sorriu, estava gostando dessa idéia, mas também por outro lado tinha LANINHA, teria que conquista-la de qualquer jeito. Só assim concordaria com aquela loucura.
A.J quando queria sabia ser bem convincente e não desistia de nada facilmente.
Seria um páreo duro.
Voltou para casa.
Entrou na cozinha, arrumou uma bandeja caprichada e subiu para levar para LANINHA.
Encontrou ela sentada no chão e cabisbaixa.
Deixou a bandeja sobre a cama:
- Deve estar com fome, trouxe para você.
- Não quero nada!
- Fazer birra não vai adiantar em nada. Se você é teimosa, também sou. Não sabe o quanto. Então trate de se alimentar para não ficar doente.
LANINHA se calou, no fundo ele estava coberto de razão se não se alimentasse iria ficar doente, e não teria como fugir dali.
Resolveu comer, deixando A.J satisfeito.
A noite estava chegando e estavam com um problema, só havia uma cama no quarto.
A.J deu um voto de confiança soltou LANINHA, mas trancou a porta do quarto e colocou a chave em seu pescoço:
- Vamos ter que dormir na mesma cama.
- Isso não, prefiro dormir no chão mesmo.
- Vai ficar com frio durante a noite.
- Não me importo.
Dizendo isso LANINHA estendeu um fino lençol no chão e se deitou.
A.J gostava de dormir bem a vontade, sem camisa, deitou na cama e logo adormeceu.
LANINHA não estava conseguindo dormir, o chão frio a fazia estremecer. Resolveu se deitar na cama, mas levantaria antes dele e voltaria ao chão, não queria que ele notasse que estava com a razão quando havia dito que passaria frio.
Deitou se bem devagar na cama, olhou A.J sem camisa e no peito a chave do quarto, estava tão perto da sua liberdade mas ao mesmo tempo longe, com certeza ele acordaria se tentasse pega-la.
Estava quase pegando no sono quando sente o braço pesado dele sobre seu pescoço.
A.J era espaçoso.
LANINHA ficou imóvel, como sairia daquela situação agora?
Aquele braço sobre ela a perturbou, era moça ainda e nunca nenhum homem a havia tocado, pela primeira vez pode sentir o calor de um.
Ainda mais que com isso ele havia se aproximado dela na cama, fazendo-a sentir sua respiração.
Não fez nada, ficou imóvel, se mexesse iria acorda-lo.
Esperaria o momento certo para sair dali, mas com isso não dormiu a noite toda, vencida pelo cansaço, adormeceu somente quando amanhecia.
A.J acordou e se assustou ao ver LANINHA ao seu lado, dormindo serenamente.
Tirou seu braço de cima dela e levantou-se devagar. Ela devia ter sentido frio durante a madrugada e deitado a seu lado, deduziu A.J.
Pegou um lençol e a cobriu, vencida pelo cansaço ela nem notou.
Vestiu sua camisa e desceu para tomar seu cafe da manhã.
Deixou a porta do quarto trancada.
A.J saiu e foi ajudar o pai.
LANINHA acordou bem tarde naquele dia, levantou, tomou banho e foi em direção a porta, estava trancada.
Ficou nervosa,. Até quando aguentaria ficar trancada? Aquela situação já estava deixando ela completamente louca.
Na hora do almoço, A.J voltou e foi levar o almoço de LANINHA.
Escutando o barulho da porta LANINHA fingiu dormir.
A.J entrou e colocou a bandeja sobre a pequena mesa do lado da cama, deu um leve toque no ombro dela:
- LANINHA acorda, precisa comer!
- Não sinto fome!(diz abrindo os olhos)
- Tudo bem, vou deixar aqui, coma quando tiver fome.
Dizendo isso foi tomar seu banho.
Saiu do mesmo jeito que LANINHA o viu quando foi arrumar o quarto.
Somente de toalha, ainda com os cabelos molhados e no pescoço a chave do quarto.
LANINHA em um momento de desespero não pensa duas vezes, tinha que sair de lá, estava se sentindo sufocada.
Parte para cima de A.J para tentar pegar a chave.
Não sabia onde estava com a cabeça quando decidiu fazer isso. Não teria chance alguma contra ele.
Mas mesmo assim foi dando tapa nele, que não revidou,apenas a segurou pelos ombros:
- LANINHA pará, está fora de si.
- Quero ir embora, não aguento mais ficar aqui.
- Não pode já expliquei o por que.
A.J foi afastando ela para perto da cama.
Tinha que controlar ela, estava transtornada.
Segurou com força a deitando sobre a cama.
Imobilizada LANINHA foi se acalmando.
A.J agora estava sobre ela, olhando fixamente.
LANINHA ainda mantinha uma respiração ofegante e o coração disparado.
Ele não resistiu e a beijou.
Ela pode pela primeira vez sentir o gosto de um beijo, por segundos ela ficou fora de si.
A.J a largou, tinha se precipitado.
Foi se vestir.
No banheiro ficou pensando no beijo , nos lábios suaves dela.
Enquanto isso LANINHA continuava imóvel sobre a cama, não sabia o que pensar, não sabia o que havia sentido.
Era um sentimento novo que estava surgindo.
Ares cada dia ficava mais nervoso com aquilo tudo, A.J não devia ter tomado aquela atitude, queria LANINHA para ele e ainda iria conseguir.
Era certo que tinha que obedecer ordens do Senhor, mas não perderia para A.J, mesmo que isso lhe custasse caro.
Só esperaria o momento certo para agir.
Não era possível que ele já teria dormido com ela, mesmo sabendo que ela estava no quarto e não saia para nada. Fazia tempo que conhecia A.J e sabia que ele não era como o pai, era todo certinho, ia descobrir o que realmente estava acontecendo.
A.J sai do banheiro e se aproxima de LANINHA que agora estava sentada na beirada da cama.
- LANINHA. (diz meio sem jeito). Desculpe pelo beijo. Não devia ter forçado nada.
Ela permanecia calada.
Ele então pega na mão dela.
- Mas é que você é tão diferente das moças que eu costumo conviver, simples, olhar sincero. Seria a moça perfeita para me casar.
LANINHA arregalou os olhos, não estava assimilando bem o que estava ouvindo.
A.J, continuou:
- Não se assuste, mas é o único jeito de você ficar livre, digo de não voltar a ser presa. Meu pai lógico vai arrumar vários empecilhos para isso não acontecer, mas se fizermos tudo sem ele saber, quando já estiver tudo certo ele não poderá falar nada.
Pela cabeça de LANINHA se passavam várias coisas: “ Ele seria louco de fazer isso. Nunca que um nobre se casava com uma camponesa. E porque estaria fazendo isso? Por pena?” Estava confusa, afinal se casando com ele teria que cumprir com suas obrigações de esposa. A esse pensamento se assustou ainda mais.
- Pense com carinho, no que te acabei de propor, prometo que tudo que farei vai ser para o seu bem.
Dizendo isso saiu do quarto.
LANINHA ficou pensado, pensando, pensando.......
Por um lado até que não era má idéia, casando com ele poderia ajudar os pais a se livrarem da dívida, poderia dar uma vida melhor, poderia ajudar as outras pessoas. Resolveu aceitar mas imporia condições. Eles jamais consumariam o casamento, ele jamais a tocaria novamente. Com esse pensamento, esperou ele voltar para comunicar sua decisão.
Quando A.J voltou foi logo falando:
- Olha a proposta que me fez hoje é verdadeira?
- É sim, garanto que é.
- Pois bem estou vendo que não tenho muita opção de escolha, eu aceito.
Os olhos de A.J brilhavam, ela havia aceitado.
- Mas tem algumas condições para isso.
- Pode dizer. (disse meio desconfiado).
- Caso, mas não vamos consumar nosso casamento, nem vai chegar perto de mim. Quero que me ajude na divida dos meu pais. Que eles sejam deixados em paz. E não quero ficar presa.
- Tudo bem eu aceito. (disse com olhar triste).
Com isso foi falar com o padre.
Que relutou, era contra os princípios da igreja, mas nada que dinheiro não comprasse.
A.J fez uma “doação” volumosa para a igreja e combinaram o dia do casamento.
Mandou uma costureira tirar as medidas de LANINHA para fazer um vestido.
Estava certo que iam casar escondido mas não poderia ser de qualquer jeito.
Dois dias depois A.J sai com LANINHA , causando desconfiança em Ares.
Viu os entrar na igreja, mas como não era chegado a ela, não entrou.
Mal sabia ele que lá dentro LANINHA havia colocado seu vestido de noiva, simples mas lindo, e estava se casando com A.J.
Agora não tinha volta, estavam casados.
A.J chegando em casa iria falar com o pai.
De volta pra casa, foi direto a procura do pai, enquanto LANINHA voltou ao quarto, agora não mais trancado, poderia sair quando quisesse.
- Pai! Preciso conversar com o senhor, um assunto muito importante.
- Fale filho sou todo ouvidos.
- Acabei de me casar com a LANINHA.! (disparou de uma vez)
- Você está louco? Perdeu o juízo? Como casou com uma camponesa? Esqueceu nossas tradições?
- Não estou louco, não perdi o juízo. Me casei sim com ela. E as tradições, nunca fui a favor delas, o Senhor sabe bem disso.
- Vamos anular este casamento agora mesmo.
- Não pai, não quero que faça isso. Uma vez na vida deixe eu decidir o que quero. Não vive dizendo que preciso ser firme nas decisões, que preciso me preparar para substituir o senhor? Pois bem nunca estive tão certo em toda minha vida.
- Você está jogando nosso nome na boca do povo, isso é constrangedor.
- Eu não acho, é uma nova maneira de mostrar para todos que a gente tem que mudar, talvez LANINHA tenha muitas coisas para mostrar e para nos ensinar.
- Está bem, não vou falar mais nada. Pelo visto não precisa mais das minhas opiniões para fazer mais nada, só espero que não se arrependa mais tarde.
- Tenho certeza que não vou me arrepender.
A notícia do casamento de A.J com LANINHA se espalhou rapidamente, causando espanto em todos e vários comentários contra, além de muito choro por parte de várias moças que alimentavam o desejo de casar com ele.
Ares estava furioso com isso. Não acreditava que A.J havia se casado com LANINHA, desta forma ficava mais difícil uma aproximação com ela.
A.J chegou ao quarto e se deparou com uma cena no mínimo estranha, a cama estava dividida em dois por um lençol devidamente esticado sobre uma cordinha de fora a fora do quarto.
- Bom vamos ter que dormir na mesma cama, então cada fica em um lado do lençol. (foi explicando LANINHA).
- Tudo bem. (disse A.J).
No fundo em pensamento: “ Ainda dobro essa mulher”.
Nos dias que se passaram nada de novo aconteceu. LANINHA e A.J continuavam na mesma situação, casados mas não se tocando e nem se falando. LANINHA agora podia sair, circular pela casa, ajudar as outras em alguma coisa, fazia questão apesar dos protestos delas em servi-la e não deixando que fizesse nada.
LANINHA se sentia perturbada em ter que dividir o mesmo quarto que A.J, afinal o via ele de toalha todos os dias, quando acordava era o horário que ele tomava banho, tinha que admitir que ele era muito bonito e qualquer moça se sentiria atraído por ele, mas ela tinha que manter seu propósito, suas metas, não poderia fraquejar agora.
Para A.J também estava sendo penoso ficar junto dela, queria poder beija-la novamente, te-la em seus braços, mas tinha receio de se aproximar novamente.
A.J cumpriu com o prometido livrou todas as dividas dos pais de LANINHA, agora não devia mais nada, fazendo ela ficar feliz.
Bem ou mal ela estava se deixando conquistar por ele, só levaria tempo para admitir isso.
Até seu pai já tratava LANINHA melhor, não havia gostado nada quando se casaram mas estava feito e o jeito era se conformar.
A única pessoa insatisfeita nisso tudo mesmo era Ares, que não engolia de forma alguma o tal casamento.
Tanto que certo dia vendo LANINHA distraída e sozinha se aproximou, segurou seu braço e perguntou:
- Não acredito nessa farsa que você e AJ inventaram, uma hora vou provar para todo mundo que estão mentindo e fazendo o Senhor de otário.
LANINHA estava muda, gelada, nos olhos deles havia muita raiva.
AJ chegou dando um baita soco nele:
- O que pensa que esta fazendo com minha esposa? Fique longe dela! (intimou).
Começaram uma briga feia, até serem contidos pelos outros empregados da casa.
O pai de AJ indagou o motivo, ao qual ele disse que Ares estava perturbando LANINHA.
Com isso Ares ainda tentou argumentar mas não adiantou de nada, foi levado preso para o calabouço e levou uma baita surra. Estava sofrendo tudo que fazia os outros sofrerem.
A.J subiu para o quarto, estava morrendo de raiva de Ares. Quando o viu segurando LANINHA ficou fora de si, não era de briga, mas não agüentou e partiu para cima.
LANINHA foi junto.
Chegando lá:
- Vou cuidar do seu machucado. (disse LANINHA)
AJ estava com um pequeno corte na cabeça que sangrava.
LANINHA pegou algumas coisas para fazer um curativo.
Levava jeito para isso, tinha a mão leve, limpava com cuidado.
Logo terminou.
- Obrigado. (disse AJ)
- Eu que agradeço, machucou-se por minha causa, para me defender.
- Não fiz mais que minha obrigação, sou seu marido. ( disse olhando fixamente para LANINHA).
O olhar dele era se como a deixasse sem reação. Tanto que ele a tomou nos braços e a beijou calorosamente.
LANINHA não reagiu, retribuiu o beijo dado por ele.
O clima foi esquentando, a química foi surgindo, corpos se encaixando.
Entregaram-se ao amor.
Finalmente se tornaram marido e mulher.
No dia seguinte notava-se em seus rostos a expressão de felicidade.
AJ saiu cantarolando enquanto LANINHA dançava pelo quarto, estava nas nuvens.
Foi assim todos os dias que se seguiram.
Até que por obra do destino em uma certa manhã, acordaram com fortes batidas na porta.
AJ acordou assustado, foi atender, péssima notícia para ele, seu pai havia passado mal e infelizmente falecera. Seu mundo de repente desabou, seu pai era sua base, seu tudo, desabou em prantos.
Foi amparado por LANINHA que o consolou.
O funeral estava lotado, afinal o pai de AJ era muito conhecido e importante.
A partir daquele momento AJ teria que tomar o lugar do pai e administrar todas as terras.
Era a chance de mostrar que tinha pulso firme, idéias diferentes e ser justo com as pessoas.
Foi o que fez, parou de cobrar impostos dos camponeses, e cedeu vários benefícios a eles, causando grande admiração dos mesmos e ira dos outros Senhores que começaram a sofrer com as mesmas reinvidicações dos seus respectivos colonos.
Todos ficaram sabendo da suas inovações, inclusive os pais de LANINHA que ficaram felizes, mesmo ainda não ficarem sabendo que ela estava casada com ele.
Com essa noticia das inovações de AJ tinham a esperança que ela voltaria para casa em breve.
O que não tardou a acontecer, certo dia viram cavalos se aproximando, sabiam que eram alguém que trabalhava para o novo Senhor.
Os olhos de LANINHA se encheram de lágrimas quando os viu, saiu correndo para abraça-los, a saudade era imensa.
Seus pais choraram, enfim a filha estava de volta e foram surpreendidos com a notícia que ela estava casada, ficaram mais pasmos ainda quando souberam com quem.
AJ se apresentou e ganhou logo a simpatia dos pais dela.
LANINHA iria leva-los para morar junto. AJ concordou pois estava ganhando uma nova família e tinha certeza que iam ser muito felizes......


FIM



FANFIC BY CRIS SHIMAZAKI

quarta-feira, 18 de março de 2009

BANDIDO x DETETIVE




BANDIDO x DETETIVE


CRIS tinha verdadeira paixão por sua profissão.
Desde muito cedo já sabia o que queria ser quando crescesse.
Amava a sensação da adrenalina, o perigo, desvendar mistérios, investigar crimes.
Por isso seguiu a carreira de detetive.
Prestava ajuda á polícia voluntariamente e em sigilo.
Havia ajudado a prender várias quadrilhas de contrabandistas e traficantes de drogas.
Era na maior parte do tempo de alto astral, eram raras as vezes que ficava de mau humor.
Sua roupa do dia a dia de trabalho consistia em uma calça social e blazer preto, blusa branca e sapatos pretos.
CRIS sempre andava em suas investigações sozinha apesar de seu amigo delegado disponibilizar um policial para acompanha-la.
Não tinha medo de nada, era admirada por isso.
A policia estava empenhada em descobrir o chefe de uma grande organização que abrangia tráfico de drogas e contrabando de armas.
O que já haviam descoberto e que o negócio principal era o contrabando de armas. Eram fornecedores de assaltantes, traficantes de drogas dentre outros.
O delegado novamente pediu ajuda á CRIS.
Ela começou ás investigações como sempre fazia, tinha alguns informantes entre a comunidade onde circulavam os traficantes e contrabandistas.
A primeira informação é que o responsável pela parte de venda de armas era um tal de NICK. Não foi tão difícil puxar a ficha do “cara”.
“ Já havia sido preso algumas vezes por se envolver em brigas e confusões em bares. Mas logo saia, tinha um ótimo advogado. Vivia muito bem uma bela mansão. O dinheiro para tanto luxo, dizia vir de herança de família em parte e outra de uma loja de eletrônicos que mantinha no centro da cidade. Loja esta que acobertava com certeza o contrabando de armas.”
- Este vai ser meu ponto de partida. (Pensou alto CRIS). Vou começar a investigar por esta loja, algo me diz que vai me levar aonde eu quero.
Dizendo isso procurou um disfarce para começar a investigar.
Disfarçou-se de esposa de um árabe, vestido longo e o lenço na cabeça, colocou uma peruca loira e lentes de contato verdes. O disfarce tinha que ser convincente.
Entraria na loja e falaria que fora indicada por um amigo que havia comprado um certo modelo de arma ali e que estava atrás do mesmo modelo a pedido do seu marido.
CRIS se disfarçou tão bem e jogou a isca perfeitamente que o balconista acreditou.
Disse que o modelo que queria não estava disponível no momento mas que faria a encomenda que chegaria dali á alguns dias.
Ele pediu um número de telefone para poder ligar para ela ir buscar a “encomenda”.
CRIS passou um que era um número como os outros para não despertar suspeitas, com certeza tinham todo um esquema para investigar o comprador e para ver se não tinha nenhuma ligação com a polícia.
Apresentou sua identidade falsa com o nome de “Amy”.
Saiu da loja e resolveu ficar de campana por algum tempo, quem sabe conseguiria mais pistas.
Tudo era anotado cuidadosamente em sua agenda , para mais tarde estudar e chegar a possíveis conclusões.
Á estava quase indo embora quando avista, um homem alto, loiro, vestindo calça preta e jaqueta de couro, camiseta vermelha e óculos escuros entrar na loja.
Rapidamente procurou entre papéis sobre o painel do carro uma foto.
Bingo, era NICK, que entrou na loja. Com certeza havia ido pra lá para ver se havia alguma encomenda de armas e possivelmente ir buscar. Se isso se confirmasse talvez recebesse uma ligação mais tarde, com instruções de como fazer o pagamento e ser entregue a arma.
Resolveu esperar mais um pouco e não deu outra, seu celular toca, CRIS atende:
- Pronto!
- Por favor a Sra. Amy! ( diz uma voz marcante de homem)
- É ela! Quem está falando?
- NICK, o dono da loja de eletrônicos. Acabei de ver um pedido seu. Só ligando para confirmar que dentro de uma semana seu pedido vai estar aqui na loja e que ligaremos avisando.
- Isso é ótimo pensei que fosse demorar mais, meu marido tem pressa na encomenda. (CRIS diz disfarçando). E como será feito o pagamento?
- Como a Sra preferir.
- Tudo bem vou aguardar sua ligação então.
- Combinado, passar bem.
- Igualmente.
CRIS desligou o cel, estava indo bem, no dia da entrega iria com uma câmera escondida para filmar tudo e anexaria esse vídeo ao seu relatório juntamente com a arma.
Ficou mais um tempo só observando a movimentação, a maioria das pessoas eram comuns, isto é iam lá em busca realmente de eletrônicos, os que iam em busca de armas eram poucos. CRIS era observadora, sabia de longe quem estava entrando para comprar armas ou não.
No final da tarde NICK saiu da loja e CRIS o seguiu com o carro deixando uma certa distância para não ser notada.
Ele não tomou nenhum rumo suspeito, após parar em um banco, seguiu direto para sua casa.
CRIS encerrou suas investigações daquele primeiro dia, que havia sido muito produtivo.
Nos dias seguintes ficaria vigiando NICK, com certeza um dia antes dele prometer a entrega da arma ele iria se encontrar com o fornecedor, ou iria em algum deposito pega-la, aí seria a hora de dar o fragrante.
Faltando três dias para a entrega CRIS recebe novamente um telefonema de NICK:
- Sra Amy?
- Sim.
- É o NICK, será que poderia vir á loja, para acertarmos o pagamento?
- Claro, a que horas?
- Dentro de uma hora está bom para a Sra?
- Está sim. Estarei aí.
- Combinado, estarei esperando.
CRIS desligou o celular desconfiada, achava que o pagamento seria feito no dia da entrega. Por que será que ele havia adiantado? Teria desconfiado de alguma coisa? Iria correr o risco, tomou um banho e se disfarçou.
No horário combinado estava na loja.
Foi levada á uma pequena saleta no fundo da loja, sentou-se no sofá e esperou alguns minutos.
NICK entrou pouco tempo depois.
Tirou os óculos e CRIS pode ver o belo par de olhos azuis.
- Sra Amy, prazer em conhece-la, sou NICK. (disse pegando na mão de CRIS e beijando delicadamente).
Quem visse aquela cena, acharia que ele era um verdadeiro cavalheiro. Como as aparências enganam, pois se tratava de um grande bandido.
- O prazer é todo meu.
- Deve estranhar o fato de ter ligado para acertarmos o pagamento. Geralmente não costumo cobrar antes de entregar a mercadoria, mas preciso pagar o fornecedor antes dessa vez, espero que entenda.
- Sem problemas, aqui está. (CRIS disse entregando um envelope com o valor).
NICK conferiu e disse estar tudo certo, seus olhos não se desviavam de CRIS o que a deixou perturbada e ao mesmo tempo preocupada. Em anos de trabalho nunca tinha ficado nervosa e colocado tudo a perder, sabia se controlar, mas diante dos olhares que ele lançava estava ficando difícil.
- Bom pelo que me disseram é casada?
- Sim.
- Tão jovem ainda. É muito bonita. Seu marido tem muita sorte. Desculpe perguntar, mas o que ele faz?
- Obrigada. Meu marido faz parte de uma organização de terroristas, planeja ataques á órgãos do governo. Ele mesmo poderia ter vindo lhe encomendar a arma mas no momento está fora do país. Sua loja foi muito bem recomendada por um “amigo”, desculpe se não puder dizer o nome, mas fui instruída em não dizer.
- Muito interessante. Não se preocupe, não precisa me dizer sei que em certos casos deve manter o sigilo. Mas espero fazer mais negócios com seu marido, quem sabe possa vê-la mais vezes. Bom em relação á entrega da arma, terei o prazer novamente de ligar para a Sra avisando.
- Combinado. (CRIS queria sair de perto logo dele, estava ficando nervosa com os olhares dele)
Levantou-se dizendo:
- Desculpe mas já demorei por demais. Preciso ir embora. Acho que está tudo certo.
- É está tudo certo. Novamente foi um prazer conhece-la. (NICK se despediu novamente pegando a mão de CRIS e dando um leve beijo).
CRIS saiu da sala, mas sem perceber, deixou seu lenço cair no sofá.
Pegou o carro estacionado a poucos metros da loja e foi para casa.
Tomou uma ducha e deitou na cama.
“ O que aconteceu comigo hoje? Estava nervosa por demais, podia ter colocado tudo a perder. Nunca fui fraca em meus contatos com bandidos. NICK me olhava de um jeito que parecia que estava vasculhando o fundo da alma. Preciso voltar ao meu eixo, isso não vai mais acontecer. Não vai e não deve.”
Enquanto isso NICK tinha em mãos o lenço de CRIS e pensava alto:
“ – Que mulher é essa? Linda por demais. Espero encontra-la novamente. Pena ser casada com um terrorista. Isso torna uma aproximação muito arriscada, mas como gosto de fortes emoções, vou correr o risco. Como seria o beijo dela? Perfeito com certeza, assim como o suave aroma de seu perfume. (sentindo o perfume impregnado no lenço esquecido por CRIS).
Na manhã seguinte CRIS começou sua rotina diária, levantou cedo, tomou banho, se arrumou, e saiu em direção á uma confeitaria para comprar seu café da manhã.
Enquanto aguardava seu pedido pegou um jornal para ler.
Tomou seu café e foi caminhando em direção á porta, entretida com as notícias, esbarrou em alguém e caiu para trás.
Com o susto não prestou atenção no rosto da pessoa.
Apenas quando ele estendeu a mão para ajudar a levanta-la que gelou ao reconhecer NICK.
- Machucou-se? (perguntou ele)
- Não, estou bem, obrigada. Desculpe estava distraída foi erro meu.
- Não precisa se desculpar, acontece.
- Que ótimo.
CRIS abaixou-se para pegar o jornal e sua bolsa.
No mesmo instante que NICK o fazia. Ficaram tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro.
CRIS levantou-se e saiu. Aquele encontro do nada não estava nos planos investigativos. Caminhou devagar em direção ao carro estacionado do outro lado da rua.
NICK estremeceu com o acontecido. Motivo? Reconheceu o perfume de CRIS. Lógico que qualquer mulher poderia usar o perfume. Mas puxando pela memória a estatura, a expressão de CRIS eram muito parecidas com o de Amy. Desconfiado como ele só resolveu tirar isso a limpo, tinha que ficar atento a possíveis investigações da polícia, portanto resolveu segui-la.
Naquele dia CRIS teria que passar algumas informações para seu amigo delegado por isso estacionou em frente e ligou para ele ir até ela do lado de fora. Não poderia ser vista entrando em uma.
Mal sabia ela que NICK estava a observando e reconheceu o delegado, quando ele entrou no carro de CRIS.
“- Então é isso, estão me investigando novamente. Ah Amy, ou seja lá qual for seu nome, dessa vez não vai me pegar, sou muito esperto.”
CRIS saiu de lá e foi para casa analisar um pouco mais suas anotações.
NICK a viu entrar em um condomínio fechado, com certeza era onde morava.
Queria descobrir mais coisas, estacionou o carro longe e foi conversar com o porteiro:
- Olá desculpe perturbar, mas a moça que acabou de entrar, como se chama? Pareceu ser uma amiga minha que não vejo á anos? (perguntou dissimuladamente).
- Ah sim, é CRIS.
- É da polícia não é? Se bem me lembro a ultima vez que a vi estava prestando concurso para ser.
- Mais ou menos, ela é investigadora particular.
- É ela mesma, pode me informar o número do apartamento dela?
- Apartamento 346, Bloco C.
- Obrigado volto mais tarde para uma visita.
NICK saiu de lá satisfeito e armando um plano para uma cilada para CRIS.
Seguia ordens superiores de que se alguém tentasse acabar com o esquema de contrabando, teria que ser eliminado sem despertar suspeitas.
CRIS agora corria perigo.
NICK armou tudo com muito cuidado.
Escreveu o seguinte bilhete para ser mandado a ela:
“ Sou uma pessoa interessada em ajudar a polícia a acabar com os crimes da cidade. Hoje no armazém A do porto, um grande carregamento de armas estará sendo entregue aos contrabandistas, ás 21hrs. É sua chance de prende-los. Prefiro ficar no anonimato, mas garanto que a pista é quente.”
CRIS ficou desconfiada, mas ao mesmo tempo tentada em ir conferir. Ou duas ou uma, poderia ser trote ou poderia ser verdade.
Como não custava nada conferir resolveu ir. Chegando ao local se visse alguma movimentação estranha ligaria pedindo reforços.
Ao cair da noite, uma hora antes, CRIS se preparou.
Pegou seu distintivo, algemas, pistola e prendeu o cabelo. Nas diligências usava o cabelo preso e nas investigações do dia a dia usava solto.
Chegou no local, engatilhou a arma e entrou no armazém pé ante pé sem fazer barulho, a iluminação estava amarelada e fraca e o local era cheio de conteiners em fila.
CRIS andava no meio deles, enquanto de uma sala logo mais á frente NICK a observava através do circuito de câmeras, afinal o armazém era seu realmente, conhecia cada metro, e era onde guardava algum contrabando de vez enquanto:
- Tolinha, caiu feito um patinho. Foi mais fácil do que tirar doce de criança.!!
Dizendo isso pegou sua arma e saiu na direção em que CRIS estava.
Estava tudo calmo ali, CRIS concluiu que havia sido trote, colocou a arma na cintura e voltou em direção á porta, quando sente uma forte pancada na nuca e perde os sentidos.
Acordou, a cabeça doía profundamente, os olhos embaçados. Estava presa com as mãos algemadas em uma corrente preso ao teto. Os pés no chão mas também presos por uma corda. Era uma pequena sala com meia luz, infiltrações no teto, cheiro de mar.
Correu o olhar em volta de tudo e pode ver alguém sentado em uma cadeira a observando. Reconheceu NICK, que tinha em mãos seu distintivo.
- Enfim a bela adormecida despertou! Amy! Ou seria CRIS!! Achou que podia me enganar? Pois é todos nós cometemos erros, e infelizmente você cometeu um. Confesso que eu disfarce foi bem convincente, a não ser por um pequeno detalhe .
Dizendo isso NICK aproximou-se de CRIS, postou se atrás dela e sentiu o perfume em seu pescoço e tirou do bolso o lenço.
- Lembra desse lenço? Esqueceu na minha loja. Perfume fascinante e inconfundível. No dia seguinte o esbarrão lembra? Ficamos pertinho o suficiente para senti-lo novamente. Pois é seu perfume te denunciou querida. E você caiu diretinho, acreditou no bilhete anônimo e agora está bem aqui, indefesa, ninguém sabe onde está. Só eu e você. Vamos ter uma pequena conversinha antes de decidir o que vou fazer com você.
CRIS ainda tonta diz:
- Pois é cometi um erro sim, mas não pense que vai se sair bem, uma hora você vai ser pego, a policia inteira está empenhada em colocar toda sua quadrilha na cadeia. Falta pouco para isso acontecer. Vai pagar por todos os seus crimes na cadeia.
- Muito ousadia da sua parte, acho que não está em condições de me fazer ameaças. A única agora que está com problemas é você querida.
- Não tenho medo de você, vai em frente, me mate! Não é isso o que costumam fazer com a pessoa que se metem onde não é chamado?
NICK ficou em frente á CRIS e disse:
- É isso mesmo que costumamos fazer, temos ordens de eliminar qualquer pessoa que queira saber mais do que deve. Mas confesso que estou com pena de fazer isso com você. Tão nova, tão bonita, esperta, não merece morrer tão cedo. Tem muita coisa para viver ainda.
- Pena! Não preciso da sua pena, nunca precisei que tivessem compaixão de mim! Vai em frente faça o que tem que fazer e acabou.
- Pois bem, você que pediu.
Dizendo isso NICK coloca a arma apontada para a cabeça de CRIS, engatilha e está pronto para disparar.
CRIS fecha os olhos torcendo para que aquilo terminasse logo, viu sua vida interia passar em flashes, mas ele não atira.
Em vez disso a segura pela cintura e dá um beijo caloroso, deixando CRIS sem ar.
- É querida, acho que estou ficando sentimental, não tenho coragem de fazer isso com você. Você é o tipo de mulher que me interessa muito, seria interessante me envolver sentimentalmente, mas pena que é detetive, é do bem e eu sou o bandido da história. Terá uma segunda chance de viver, mas te dou um conselho se afaste do caso, posso ter sido bonzinho com você mas se acaso cair nas mãos da chefia eles não terão piedade. Vou deixa-la aqui mais alguns minutos, ligarei para seu amigo delegado dizendo onde está para vir te soltar. Mas nunca se esqueça você sabe demais, então alvo fácil para os bandidos. Espero que me escute e pare com as investigações. Vamos nos cruzar várias vezes ainda pode ter certeza. Para terminar, pelo menos sei que tinha razão, seu beijo é perfeito.
Dizendo isso sorriu e saiu.
CRIS não sabia o que pensar naquele momento. Esteve á beira da morte, e tinha tido a compaixão de um bandido. Agradeceu á Deus pela nova oportunidade, mas agora estaria encrencada. O seu amigo delegado chegaria e teria que contar o que havia acontecido. Não sabia se contava que foi NICK que a prendeu, isso já seria motivo suficiente para um mandado de prisão e com certeza colocaria em alerta os chefões da quadrilha; ou omitia isso e continuaria as investigações mesmo correndo os riscos que NICK havia alertado. Não teria muito tempo para pensar.
Do lado de fora do galpão NICK ligava para Harry, o amigo delegado de CRIS.
- Harry, não vou me identificar, mas venha até o galpão A no porto, acho que tem uma de suas colaboradoras precisando de ajuda. E um conselho dessa vez vai encontra-la viva, da próxima não darei essa garantia se não parar de mexer com a gente.
Dizendo isso desligou , pegou o carro e saiu o mais rápido que pode e saiu de lá, sabia que em questão de minutos a polícia estaria lá.
Dito e feito, Harry chegou ao local com mais duas viaturas.
De cara reconheceu o carro de CRIS.
Entrou e a tirou de lá.
- CRIS pode começar falando o que aconteceu! (intimou)
- Vamos com calma Harry, que já te falo.
- Arriscou sua vida, poderia estar morta agora. Já cansei de falar para andar acompanhada, mas é cabeça dura, não me escuta.
- Acabou o sermão Harry? Vai querer saber ou não?
- Fala, não omita nada.
CRIS decidiu que não falaria nada de NICK, apenas contou do bilhete e que alguém a havia prendido lá e falado para parar com as investigações.
- É a pessoa anônima que me ligou falando onde você estava também falou para parar com as investigações.
- Mas não vou Harry, sempre termino um trabalho que começo, me conhece faz um tempo e pode ter certeza que não vou sossegar enquanto não ter provas suficientes para colocar todos na cadeia. Nem que para isso custe minha vida. Esse mundo precisa de menos bandidos nas ruas.
- Estou vendo que nada do que lhe disser vai te fazer mudar de idéia. Vem vamos fazer um exame de corpo e delito que depois mando alguém te acompanhar ate em casa. Mas escute só para o seu bem fique afastada alguns dias do caso. Quinze dias pelo menos. Vou ficar mais tranqüilo.
- Tudo bem Harry se vai te deixar mais tranqüilo vou fazer o que me diz, mas somente quinze dias, depois volto com as investigações.
CRIS foi fazer o exame e depois seguiu para casa, no seu carro mesmo, mas acompanhada de uma viatura.
Do outro lado da rua NICK observava, ficaria alerta com CRIS, por um motivo forte não a matou e não queria que seu chefe ficasse sabendo. Estava torcendo para CRIS ouvir seus conselhos e parar com as investigações.
CRIS aproveitou aqueles dias para colocar suas coisas em ordem, anotações, arquivos, a gravação do dia que foi á loja fazer o pagamento a NICK, iria montar um relatório para mandar á Harry sobre tudo que já havia descoberto.
NICK ficava boa parte do tempo observando se CRIS saia de casa ou não. Não conseguia tira-la da cabeça, tanto que comprou flores e decidiu ir bater á sua porta.
Ela estava em frente ao notebook fazendo o tal relatório quando a campainha toca.
Estranhou já que não estava esperando ninguém e era muito raro receber visitas.
Levantou-se e foi atender. Levou um susto quando se deparou com NICK:
- O que faz aqui? ( perguntou desconfiada)
- Olá CRIS! Vim ver como está! Essas flores são para você.
- Deixe aí em cima do sofá! (disse á ele , tentando ver a que distância estava sua arma sobre a mesa)
Achou estranho ele estar lá, não podia correr riscos.
- Calma CRIS, não precisa se preocupar, não vou fazer nada contra você, olhe para ter certeza disso vou deixar minha arma em cima da mesa, onde possa ver. Só quero conversar um pouco, será que podemos? (diz isso tirando a arma e depositando sobre a mesa).
- Tudo bem, mas não quero que fique perto! (concordou CRIS, indicando o sofá para se sentar.)
NICK sentou-se e CRIS também tentando disfarçar que estava nervosa.
- Pelo que pude perceber decidiu parar com as investigações conforme meu conselho.
- Pois é, você consegui me deixar com medo. (mentiu)
- Foi para o seu bem. Acredite ou não, não sou tão mal assim.
- Não me faça acreditar nisso, bandidos nunca são bonzinhos. São imprevisíveis, dão o bote quando menos se espera.
NICK sorriu, ao mesmo tempo que fixava o olhar em CRIS, como naquele dia na loja.
CRIS se sentiu incomodada com isso.
O celular de NICK toca e após ver quem era, disse que precisava atender e se dirigiu á sacada do apartamento.
CRIS ficou observando de longe e ficou pensando, talvez conseguisse escutar a conversa e descobrir alguma coisa, resolveu ligar seu sistema de segurança sem ele perceber. Bem escondida na sacada havia uma câmera com áudio, ligou e gravou.
A ligação foi rápida, desligando o celular, NICK olhou para baixo e viu a viatura da policia encostando, era Harry. Assustou-se, talvez CRIS havia ligado falando que ele estava ali. Pegou arma.
- Ah CRIS, foi só virar as costas para você me apunhalar pelar costas? Vim em paz e você chama a polícia. (falou nervoso)
- Do que está falando?
- Seu amigo delegado acaba de chegar.
- Não chamei ninguém.
- Não vai atender a porta, não vou ter tempo de sair daqui.
Dizendo isso agarrou CRIS e foi puxando para o quarto, tapando sua boca.
- Shiiii!!!!!! Fica quietinha, ele vai tocar a campainha e vendo que ninguém atende vai embora, tenho certeza.
NICK a agarrou de tal maneira que não tinha como reagir, podia ouvir a respiração ofegante e o coração acelerado dele.
Harry tocou a campainha insistentemente, achou estranho, o carro de CRIS estava no estacionamento mas ela não atendia. Talvez estivesse no apartamento de alguma conhecida. Depois de algum tempo desistiu.
CRIS sentia arrepios pelo corpo com a proximidade de NICK.
Ele vendo que o barulho da campainha havia parado deduziu que Harry havia desistido.
Percebeu que CRIS estava perturbada com a proximidade dele.
Sussurrou em seu ouvido:
- Será que a detetive durona, também está amolecendo? Estou sentindo que a perturbo com minha proximidade. (disse isso e a soltou).
- Não seja convencido! (diz CRIS gaguejando).
- Sua boca pode dizer uma coisa, mas seu corpo diz outra, estava toda arrepiada.
- Acho que dei mais atenção a você do que devia, melhor ir embora. (disse CRIS apontando a direção da porta).
- Tudo bem, me acompanha até lá pelo menos.
Meio a contra gosto CRIS foi abrir a porta, queria vê-lo longe para ver se aquela sensação de perturbação passava.
NICK não se deu por vencido, antes de sair, encostou-a na parede e novamente a beijou e depois disse:
- Prova dos nove, querida, não evitou o beijo, não me repeliu. Realmente mexo com você. Não tente fugir do que está obvio, sente alguma coisa por mim. Só tem medo de admitir isso. Te vejo em breve. (disse isso fazendo charme e jogando um beijo com os dedos).
CRIS estava totalmente vermelha, não sabia se era de raiva por ele ter lhe dado um beijo novamente ou por ele ter dito aquilo.
Dúvida aos montes começaram a surgir, estaria se apaixonando por ele?
Foi tomar um banho para ver se conseguia raciocinar melhor.
Mas aquele beijo não saiu dos seus pensamentos.
Saiu do banho e resolveu analisar a gravação da conversa de NICK ao celular.
CRIS tinha toda razão, foi gravado ele falando com Matt, e pelo tom da conversa era o grande chefe da organização. Para a sorte de CRIS falavam sobre uma entrega em uma transportadora.
Ela mais que depressa entrou em contato com a policia e pediu para verificarem todas as empresas de transporte e que estivessem relacionados com alguma pessoa chamada Matt.
Não foi difícil, o sistema acusou apenas uma que tinha como dono um grande empresário de nome Matt. Puxando mais informações viu que já havia processo no seu nome por sonegação de impostos.
CRIS resolveu que sua folga terminaria naquele dia, queria descobrir o quanto antes se estava no caminho certo.
Recomeçou as investigações e não foi difícil encontrar quem desse com a língua nos dentes. Encontrou um ex-funcionário de Matt, que trabalhava na transportadora, fora mandado embora, sem direito a nada além de ser humilhado. Ele acabou contando que via sempre um sujeito com as descrições de NICK junto de Matt, falando em armas e que costumavam usar um armazém no porto para receber encomendas, geralmente sempre no começo do mês. CRIS estava gravando tudo sem ele perceber. Sorriu feliz. Já sabia quem era o chefe, só faltava dar o fragrante ou conseguir mais algumas provas para pedir o mandado de prisão.
Chegou em casa, escreveu mais algumas coisas no relatório, juntou as gravações e logo á noite foi levar a Harry que ficou satisfeito e montou um equipe para investigar mais a fundo Matt com certeza não demoraria muito para terem todas as provas necessárias para manda-lo para a cadeia.
- CRIS ótimo trabalho, apesar de ter me desobedecido e voltado antes da hora.
- Desculpe, mas sabe como sou, não fico longe do trabalho por tanto tempo.
- Tinha que continuar logo.
- Uma duvida, como conseguiu a gravação de NICK?
- Segredo de estado Harry, fica anônimo! ( CRIS não podia dizer que NICK estivera em sua casa).
- Tudo bem.
Conversaram mais alguns instantes quando Harry recebe um telefonema dizendo que um homem havia sido assassinado, pediu licença e foi atender a ocorrência.
CRIS estava cansada e ia direto para casa.
Dirigia calmamente em uma rua. Já era tarde da noite, não havia ninguém.
Quando seu carro é fechado por outro, dois homens encapuzados saem fortemente armados e rendem CRIS.
A desarmam e mandam que ela entre no carro com eles.
Ela sem saída entra. Um deles a segura enquanto outro aplica uma injeção. Em poucos minutos CRIS fica inconsciente.
Harry chegando ao local do assassinato descobre que a vitima era o homem com quem CRIS havia conversado durante a tarde. Um mal pressentimento passou por ele. Pegou o celular e tentou ligar para ela, mas ninguém atendia.
Minutos depois recebe uma ligação dizendo que um carro estava abandonado com a porta aberta, o endereço era perto da casa de CRIS.
Harry vai para lá e fica triste ao confirmar ser o carro dela. Então vai ao condomínio aonde ela mora.
Ao subir nota a porta do apartamento entre aberta. Entra e se depara com tudo fora do lugar, está tudo revirado, com certeza o que mais temia havia acontecido. Com certeza Matt havia descoberto que CRIS o estava investigando, seria o culpado pelo assassinato daquele homem que havia falado demais e com certeza seria o responsável pelo sumiço de CRIS.
Temia pela amiga, talvez no dia seguinte a acharia morta. Começou uma corrida contra o tempo para procurem por ela. Pior que isso era que não poderia acusar Matt diretamente ainda faltavam provas concretas para o mandado de prisão.
Horas depois CRIS acorda em um quarto pequeno, só havia uma cama e mais nada. Estava desorientada e a boca estava amarga, estava suando. Era abafado. Tirou o blazer, o calor estava a sufocando.
Vendo que havia acordado um homem enorme de grande e forte, abre a porta e a pega levando para uma outra sala maior.
Onde ela é amarrada pelas mãos e presa a um suporte, do mesmo jeito em que NICK a prendeu na primeira vez.
Dentro de instantes entra um homem jovem, bem vestido que se posta na sua frente dizendo:
- Vocês detetives nunca aprendem. Teimam em acabar com a felicidade de nós bandidos, acabar com nossos negócios. Mesmo sabendo que intrometidos sempre acordam com a boca cheia de formiga. Confesso que é muita corajosa em investigar minha organização. Muitos já tentaram e hoje não estão aqui para contar história.
- Matt! Uma hora alguém tinha que descobrir que você é o chefe, e pode apostar que desta vez você esta encrencado. (CRIS disse com autoridade).
- Eita mocinha estou vendo que é abusada. Vasculhamos seu apartamento mas não encontramos as provas que tem contra nós, diga aonde está e quem sabe serei tolerante com você.
- Esqueça! As provas estão bem guardadas e salvas, dessa vez você vai para a cadeia.
- Não faça jogo duro garota, não vai te levar a nada, estou vendo que é dura na queda, mas o que acha de sofrer um pouquinho? Quem sabe assim fica mais obediente e acaba falando.
Matt arregaça as mangas da camisa e pega um chicote:
Costumamos torturar nossas vitimas para fazer falar.
Acho que algumas chicotadas vai fazer você pensar. (diz passando o chicote no rosto de CRIS que se mantém firme na decisão de não dizer onde estão as provas).
Matt não teve dó e nem piedade, chicoteou as costas de CRIS várias vezes, fazendo com que sua blusa branca se manchasse de sangue.
Mesmo assim, apesar da dor imensa CRIS não disse nada. Faltava pouco para ver Matt na cadeia, não diria nada.
Sem sucesso Matt diz:
- Por hoje acho que está ótimo. Vamos ver amanhã se vai estar firme como hoje. Garota não pense que desisto fácil, vai sofrer muito antes de morrer.
- Levem ela de volta ao quarto e reúna meus homens de confiança para uma reunião urgente para amanhã bem cedo. (Matt ordenou a um de seus capangas).
CRIS foi levada de volta ao quarto.
Jurou que por mais que fosse torturada não falaria nada.
Durante a noite começou a ter febre pelos machucados, não dormiu.
Manhã seguinte, os homens de confiança de Matt estava reunidos em uma sala, inclusive NICK, que era o mais importante deles, devido a mexer com o contrabando de armas.
- Ontem descobrimos que a polícia está nos investigando novamente. Matamos um ex-funcionário que falou demais e pegamos uma das pessoas que estão me deixando com dor de cabeça. Descobriu informações que podem ser a causa de um mandado de prisão. Estamos dando um tratamento todinho especial, até nos dizer onde estão as provas que tem. Essa reunião é para dizer a vocês que parem por enquanto as atividades, sejam cautelosos.
Após isso todos se retiraram da sala menos NICK, que tinha total liberdade para conversar com Matt.
- Matt pode me dizer quem é essa pessoa que está torturando?
- NICK, uma investigadora abusada. Já dei a ela uma amostra do que somos capazes de fazer, mas mesmo assim não disse nada.
NICK gelou. Pensou em CRIS e com muito custo disse:
- Posso ver quem é?
- Claro, já a mandei colocar na sala de tortura, hahaha. Vou maltratar um pouco para ver se a faço falar onde estão todas as provas que tem contra nós.
NICK acompanhou Matt até lá e foi com tristeza que confirmou que era CRIS.
Cada chicotada que Matt dava novamente em CRIS lhe doía o coração.
Porquê ela não havia lhe escutado, agora era tarde, sabia que Matt era impiedoso nos castigos, com certeza CRIS só sairia dali morta.
Voltou para casa pensando como faria para ajudar ela.
Estava apaixonado por ela.
Sentou na cama pensativo e chegou a seguinte conclusão , para salva-la e não fosse descoberto por Matt, teria que conseguir uma substancia que fazia com que a pessoa ficasse com com a respiração imperceptível, parecendo morta.
Assim tiraria ela de lá com o pretexto de dar sumiço no corpo e então a levaria para um lugar seguro.
Procurou um velho amigo que costumava mexer com isso e conseguiu um pouco. CRIS pareceria morta por algumas horas, depois acordaria normalmente.
Na mesma tarde sabendo que Matt não estaria no local, foi até lá e falou ao vigia que queria ver CRIS para ver se conseguia arrancar dela informações. O vigia abriu a porta.
CRIS estava deitada na cama, ardendo em febre, as costas muito machucadas.
NICK chega perto dela:
- Não se preocupe vai ficar tudo bem, vou tirar você daqui, confie em mim. (disse isso aplicando a substancia em CRIS).
O efeito não demorou a aparecer, ela ficou gelada, e não se podia sentir nem os batimentos e nem a respiração.
NICK liga para Matt.
- Matt nossa refém parece morta!
- Como assim, parece morta?
- Vim até aqui ver se fazia ela falar algo mas parece que não agüentou as duas surras que deu a ela,provavelmente deve ter ficado com febre e teve alguma convulsão.
- Tem certeza disso?
- Tenho, está gelada e não respira, já vi os batimentos também, sem nenhum.
- Droga! Merda! Era tudo que me faltava, morreu e não disse nada! NICK sabe o que fazer, suma com o corpo o mais rápido que puder.
- Tudo bem já vou fazer isso. (desligou o celular, pegou CRIS e levou para seu carro).
No carro respirou aliviado, seu plano havia dado certo, resolveu levar ela para sua casa, cuidaria dela e dos ferimentos. Demoraria algum tempo ainda para ela acordar.
Entrou na garagem de casa com os vidros fechados para ninguém ver.
A pegou no colo e levou até o quarto.
Como não parava em casa não tinha empregados fixos, então ninguém veria CRIS.
Colocou-a se bruços na cama. Tirou a blusa dela cuidadosamente. E a cobriu somente com um lençol fino.
Os machucados estavam horríveis formando vergões enormes nas costas.
Pegou um pano unido para limpar e fazer um curativo. Assim que acordasse daria a ela anti-inflamatórios e se fosse o caso de febre anti-térmicos também.
Pouco tempo depois CRIS foi voltando ao normal, as cores voltaram para seu rosto, bem como sua respiração e seus batimentos voltaram ao ritmo normal.
NICK deu a ela os anti-inflamatórios e o anti-térmico para baixar a febre que voltara junto.
CRIS dormiu por longo tempo, tendo o sono velado por NICK.
Quando acordou o viu sentado na beira da cama. A dor havia diminuído um pouco:
- Onde estou?
- Está em minha casa, mais precisamente sobre minha cama! (NICK sorriu).
- Como vim parar aqui?
- Digamos que recebeu uma nova chance de viver, dessa vez vou para o céu por ter sido seu anjo da guarda.
Em poucas palavras NICK conta o que havia feito.
- Porque fez isso? Agora corre o risco de ser morto por traição.
- Sabia dos riscos quando te tirei de lá, mas não podia ver Matt te torturando ou talvez pior presenciar ele acabando com sua vida.
- Não sei como te agradecer. Me deixou viva da primeira vez e agora me salva.
- Bom não pense mais nisso agora, por enquanto, não pense que não vou cobrar pelo que fiz, bandidos sempre tem segundas intenções quando dão uma de bonzinhos. Salvei-a por duas vezes, vai sair caro.
- So não peça algo que não possa te pagar.
- Pode deixar sei que você vai pagar diretinho, o que vou pedir está a seu alcance tenho certeza.
- Estou vendo que não foi nada cavalheiro comigo!
- Porque diz isso?
- Tirou minha blusa!
- Precisava cuida de seus machucados, mas juro que não me aproveitei de você.
- Vou fingir que acredito.
- Descanse agora, vou sair, comprar alguns medicamentos, não abra a porta para ninguém, se precisar se esconder, tem uma passagem secreta atrás do quadro pindurado no escritório, é so puxar o livro de capa preta, é o unico que tem lá. Do outro lado há uma alavanca que faz a porta se fechar e travar, ai ninguem por fora pode abrir.
- E como saio?
- Não se preocupe vou saber se está lá ou não.
- Tudo bem, entendi.
- Há vou ver se consigo algumas roupas para você, não tenho como ir no seu apartamento, serei descoberto se fizer isso, vou comprar algumas, não sei se vou acertar, quer alguma coisa do seu gosto?
- Não, faça como quiser.
- Está bem, vou indo, fique a vontade, tome um banho, nos ármarios tem toalhas e acho que pode usar alguma camisa minha enquanto não arrumo as roupas.
- Está bem, obrigada.
NICK saiu.
CRIS se levantou, as costas ardiam e o sofrimento que havia passado vinha com força em seus pensamentos. Pareciam que conforme lembrava, as feridas voltavam a doer com força.
Andou pela casa de NICK, era muito bem mobilhada, espaçosa, embora ser casa de homem, estava tudo arrumadinho.
Procurou alguma coisa na geladeira para comer e logo depois foi tomar um banho.
Ficou um longo tempo embaixo do chuveiro, sentindo a água correr pelo corpo, sabia que agora seria mais complicado continuar com as investigações e pior agora NICK seria “caçado” por Matt, por traição, quando ele descobrisse oque ele havia feito.
Saiu do banho e procurou uma camisa para vestir como ele havia dito. Pegou uma e vestiu, sentiu o suave perfume que vinha dele.
Realmente estava se sentindo mexida por NICK, não só por tê-la salva mas realmente era um homem interessante, bonito, tinha um porte firme. Talvez conseguisse convencê-lo de depor contra Matt, assim poderiam ter provas suficientes para mandà-lo para a cadeia, lógico que apartir dai tanto ela como NICK teriam que entrar no projeto de proteção a testemunhas, teriam que ficar mudando de lugar com frequencia e talvez mudar de identidade. Começou a pensar muito nisso.
Sentia muito sono por conta dos antibióticos, resolveu deitar.
Enquanto isso NICK foi á farmácia comprar mais medicamentos e material para curativo, passou por uma loja e discretamente comprou algumas roupas femininas, comprou algumas que achou que ficariam perfeitas em CRIS.
Nisso tudo não percebeu que estava sendo seguido por Harry ele tinha certeza que uma hora ou outra ele acabaria levando ao paradeiro de CRIS. Sentiu um arrepio quando apurou o que ele havia comprado na farmácia, com certeza indicava que CRIS estava sendo torturada.
Ficou atento, seguiria NICK mais alguns dias para poder agir.
NICK voltou para casa.
Notou que CRIS dormia. Entrou com cuidado e deixou as compras no chão.
Não pode se conter e sentou-se á beira da cama.
Sabia que quando Matt descobrisse o que havia feito, seria o fim, mas antes disso jurou que teria CRIS em seus braços.
Desde o dia que a conheceu na loja, não conseguia tirá-la dos pensamentos. Estava amando aquela mulher e a conquistaria de qualquer jeito.
Passou a mão pelo rosto dela cuidadosamente, fazendo a acordar.
- Voltei CRIS, está melhor?
- Sim estou , tomei a liberdade de abrir sua geladeira e comer alguma coisa. Tomei um banho e vesti uma de suas camisas.
- Disse que poderia ficar a vontade. Ah comprei algumas roupas para você espero que tenha acertado o número. Mas primeiro vamos cuidar dos seus machucados. Então vai ter que tirar a camisa pra mim . (disse lançando um olhar malicioso).
- Ei vou deixar você fazer os curativos, mas não abuse, olha o respeito.
- Está bem, juro que vou fazer somente os curativos.
CRIS tirou a camisa e NICK fez os curativos, em menos de uma semana com todos os cuidados já estariam melhores com certeza.
Naquela semana NICK seguia a mesma rotina de sempre, saia pouco, somente quando precisasse, sempre seguido por Harry.
Os machucados já haviam melhorado muito, mas ainda estavam doloridos.
CRIS não parecia em nada com a detetive de antes. NICK havia comprado roupas bem normais, a maioria vestidos de tecido bem leve para não pesar no corpo e dar atrito nos machucados.
CRIS ainda não havia tomado uma decisão de como faria para convencer NICK a contar tudo que sabia para Harry.
Naquele dia NICK saiu cedo, ainda mantinha os negócios na loja, na verdade estava seguindo a risca as ordens de Matt em dar um tempo nas transações envolvendo armas. Matt ainda não desconfiava do que ele havia feito o que causava um certo alívio. Mas não sabia até quando ficaria sossegado. Passou por lá , tinha que resolver algumas coisas.
Enquanto isso Harry já tinha indícios de que CRIS estava na casa de NICK, resolveu entrar em ação para “resgatá-la”. Enquanto NICK estaria na loja.
CRIS leva um baita susto quando Hary arromba a porta:
- CRIS está bem? Viemos te resgatar.
- Harry! Estou sim. Bem na verdade...
CRIS nem terminou de falar, Harry já vinha lhe dar um abraço apertado, fazendo com que ela soltasse um gemido de dor pelos machucado.
- O que foi CRIS? Tem algo errado. Deixe me ver suas costas.
Harry ficou chocado quando viu o tamanho do estrago.
- CRIS esse povo é cruel. Mas isso é prova suficiente para mandarmos prender NICK.
- Espera Harry tem muita coisa que preciso contar.
NICK chegara e era algemado.
- Seu canalha, monstro, vai apodrecer na cadeia. (disse Harry possesso).
- Harry quer se acalmar e me escutar fazendo o favor!!!
- Tá CRIS diga.
- Solta NICKe me deixa conversar a sós com ele.
- Tá louca, ele vai tentar fugir!
- Harry em nome da nossa amizade, me deixa falar com NICK, depois vou lhe contar tudo. Dê-me um voto de confiança. Ele não vai fugir, tenho certeza.
Harry ficou desconfiado, mas resolver atender o pedido de CRIS e mandou soltar NICK.
Sairam todos de lá deixando CRIS e NICK sozinhos.
- Olha não chamei eles aqui, não sou ingrata, agradeço muito por tudo o que tem feito por mim. Mas uma hora ou outra Harry iria me achar. Agora vou ter que fazer de tudo para que não seje preso.
- Olhe CRIS sei bem como vocês policiais ou detetives agem. Sabia o risco que corria de ambos os lados tanto do meu quando do seu, quando te salvei. E enquanto me livrar da prisão, não se preocupe dou um jeito.
- Não NICK , sabe que desta vez não será como as outras. Você vai ficar exposto tanto de um lado como do outro.
- Não tem jeito foi o risco que aceitie correr. A sorte está lançada.
- Olha há uma saida, basta você contar tudo o que saber do Matt. A Polícia vai levar muito em consideração. Posso até pedir que em troca de tudo o que sabe não o prendam ou diminuam a pena.
- Matt não vai deixar barato isso, vai dar um jeito de acabar comigo, com ou sem a proteção da polícia.
- Vai dar tudo certo, me deixa ajudar você.
- Lógico CRIS que eu confio em você, mais do que possa imaginar. Mas já viu uma vez bandido, sempre bandido.
- Garanto que se colaborar vai ser muito melhor para você. E até os piores bandidos do mundo podem se transformar basta querer.
- Como tem tanta convicção disso?
CRIS se aproximou de NICK, olhou o com carinho e espontaneamente lhe deu um beijo.
- Porque meu coração sente isso.
NICK pego de surpresa não disse nada, apenas sorriu.
CRIS chamou Harry e junto de NICK contou tudo o que havia acontecido.
Teve a promessa da ajuda de Harry para NICK ter a pena aliviada.
Enquanto isso CRIS e NICK teriam uma proteção policial, até que Matt fosse preso e julgado.
A sorte estava lançada.
Teriam que ser cautelosos nos hábitos a partir daquele dia.
CRIS voltou para casa e duas viaturas se revezavam na proteção dela.
Mesma coisa acontecia com NICK.
Matt quando soube do seu mandado de prisão tentou fungir do país, mas foi pego no aeroporto e preso.
Tinha curso superior então tinha algumas regalias.
Ficou sabendo da traição de NICK e jurou vingança, não ia ficar preso muito tempo tinha muitos contatos importantes e com certeza sairia logo dali.
Tinha alguns informantes dentro da propria policia, ficaria atento aos proximos passos.
Descobriu que CRIS estava viva, sentiu ódio tremendo por conta disso.
Com certeza NICK havia abrido a boca por causa dela, provavelmente estaria apaixonado.
- CRIS será meu alvo, NICK com certeza faria tudo por ela. Será minha isca para pegá-lo. (seu olhar brilhava e transmitia um ódio tremendo).
Como o previsto em menos de uma semana Matt estava livre, só se apresentaria no julgamento.
CRIS e NICK continuavam com escolta, medida de segurança.
Mal sabiam mas Matt já estava colocando em prática seu plano.
Na calada da noite se encontrou com dois policiais corruptos que faziam de tudo por uns trocados a mais:
- É o seguinte, vão dar um jeito de fazerem a escolta da detetive CRIS na próxima noite. Com muito cuidado, sem fazer muito alarde, vão trazer ela para mim. Vão receber muito bem por isso e vão sumir da cidade. Mais uma coisa sejam bem cuidadosos com ela.
- Sabemos fazer isso. Quando vamos receber pelo serviço?
- Entregando ela para mim já recebem tudo e somem.
- Combinado.
O dia passou tranquilo, CRIS ficou sabendo da soltura de Matt mas não se preocupou, achou que ele não faria besteira, estaria se condenando mais ainda. Passou o dia todo em casa lendo. Quando recebeu um telefonema de NICK.
- CRIS estamos perdidos., Matt foi solto. Sei como ele é, não vai deixar barato.
- Calma NICK, ele esta na mira da policia, qualquer atitude impenssada so vai condená-lo ainda mais.
- Mesmo assim, não me sinto seguro, por mim, por você. Fique atenta, tome cuidado.
- Não se preocupe não vai acontecer nada e Matt já está bem encrencado por tudo que você disse para a polícia. E tem outra não estou sozinha, sempre saio com a escolta da viatura. Ele não vai fazer nada, nem contra mim e nem contra você. Amanhã vamos ver como nós ficamos no programa de proteção á testemunha. Harry prometeu agilizar tudo.
- Está bem, vou tentar ficar tranquilo. Amanhã nos vemos então?
- Sim. Até mais.
- Até.
CRIS desligou o telefone.
Foi tomar um banho, assistir um filme e depois dormir, o dia seguinte seria cansativo.
Estava vendo o filme quando recebeu um telefonema:
- CRIS é o Harry pode ver ate a delegacia um momento, preciso tirar uma dúvida.
- Agora? Não acha tarde? E sua voz tá estranha.
- Prometo que vai ser rápido, é importante. O telefone da delegacia está com problemas. Olhe venha com os policiais assim não precisa tirar o carro.
- Está bem já descendo.
Pobre CRIS não sabia que tudo era um plano de Matt. O telefonema foi dado por ele, se passando por Harry. Os policias que estava fazendo a escolta naquela noite eram os pagos por ele.
CRIS desceu e entrou na viatura. No meio do caminho um deles aponta uma arma.
- O que pensa que está fazendo? (pergunta CRIS).
- Desculpe Detetive, não tente nada, não quero apertar o gatilho.
Dizendo isso saiu do banco da frente e foi se sentar do lado de CRIS.
- Não acredito, foram subornados? Matt não foi?
- Shiiiii, não diga nada, logo vai saber.
Ele então segura CRIS enquanto o outro a faz cheirar formol. Desacordada seria mais discreto transportar CRIS.
Rodaram um longo período e pararam em uma casa no meio de uma floresta, parecia uma cabana de caça, no meio do nada.
Matt cumpriu o combinado entregando uma volumosa quantia aos dois. Que retornariam com a viatura para a frente da casa de CRIS e a largariam lá, sumindo em seguida.
Ele colocou CRIS em um quarto, amarrou sua mãos e pés, sorriu sarcástico:
- É aqui está você novamente, minha prisioneira, mas desta vez ninguém vai me enganar, eu mesmo vou fazer o serviço, mas depois que pegar o traidor do NICK. Olhando bem para você agora, indefesa, desacordada, não sabendo oque vai te acontecer, posso notar que é muito bonita. Tem razão de ter mexido tanto com meu braço direito ao ponto dele me trair. Aposto que se eu ligar para ele agora ele vem correndo para te salvar. Mas vou fazer isso somente amanhã cedo depois que descobrirem que você sumiu. Adoro deixar as pessoas aflitas..
Dizendo isso se retirou do quarto e foi mexer em sua arma.
O dia amanhece, NICK já está na delegacia no horário combinado. Harry também, tinha boas notícias a respeito do programa de proteção á testemunha.
Alguma coisa estava errada, CRIS não havia chegado ainda, depois de meia hora do combinado. Ela nunca se atrasava.
Harry tentava se comunicar com a viatura que estava na escolta dela mas nada.
Um mal pressentimento passou pelo coração de NICK.
Resolveram ir até lá. A viatura estava lá abandonada. Tocaram a campainha do apartamento de CRIS e nenhuma resposta,. Arrombaram a porta, não estava lá e não tinha sinais de nada. Parecia que tinha saido por livre e espontânea vontade.
NICK ficou desesperado. Com certeza havia sido Matt;
- Foi ele , tenho certeza!!!!! O que vamos fazer?
- Primeiro NICK vamos ficar calmos. Ficar nervoso só piora as coisas. Nós vamos encontrá-la e a traremos de volta. Agora vá para casa, fique lá. Qualquer novidade nós te informaremos. E outra se ele se comunicar nos avise rapidamente. A escolta irá junto. Nós vamos investigar o sumiço dos que estavam responsáveis pela escolta dela.
NICK fez o que Harry disse, mas não se acalmou.
Estava em sua casa quando recebe um telefonema de um numero que ele conhecia muito bem, era Matt.
- NICK! Acho que estou com alguém que é muito importante para você, tanto que o fez me trair, mesmo sendo o meu braço direito.
- O que fez com ela?
- Cadê a sua gentileza dos velhos tempos? Não fiz nada por enquanto. Não toquei sequer em um fio de cabelo dela. Isso vai depender muito de você.
- O que quer?
- Primeiro, não envolva a polícia nessa nossa conversa. Segundo, temos umas contas para acertar. Venha na cabana de caça, sabe aonde é, fizemos muitas reuniões por lá. Colocaremos nossas diferenças na mesa. Se vier vai vê-la são e salva, se não vier garanto que ela vai sofrer mais um pouquinho. Mas como te conheço muito bem vai vir sim.
- Está certo. Vou até aí. Saio sem ser visto. Levo menos que uma hora.
- Òtimo.
Enquanto isso na cabana de caça CRIS acordava , zonza, tentou se movimentar mas não dava.
Matt entrou logo em seguida:
- CRIS nada adiantou me enganar heim! Olha você aqui de novo, pertinho de mim. Para provar que não sou tão ruim assim, eu vou te soltar, mas antes vai tomar um remedinho para ficar quietinha.
Dizendo isso deu alguma coisa a CRIS que a deixou totalmente mole, como suas forças estivessem arrancadas e soltou suas mãos e pés.
- Dentro que alguns instantes seu amigo NICK vai estar aqui. Ele tem que ver que cuidei direitinho de você. Com certeza vai ser a ultima coisa que vai ver. Vou dar um fim nele, ou será em você primeiro?
- Você não se dar berm! (CRIS conseguiu dizer).
- Ah querida, se eu fosse você começaria a rezar por um milagre se quiser sair viva daqui!
- Você está louco agora está mais ferrado do que nunca.
- Engano seu querida tenho vários amigos influentes, nem que seja condenado vou dar um jeito de cumprir em liberdade.
São interrompidos com um barulho de carro se aproximando.
Matt olha pela janela e vê que era NICK. Sustenta sua arma na mão.
- Olha só quem chegou! Vou lá recebê-lo. Você espera aqui, se bem que na condição que está não vai a lugar algum mesmo.
NICK estranhou não ter mais capangas de Matt por perto.
Assim que entrou na casa se deparou com Matt sentado em uma cadeira, arma nas mãos.
- Senta! Vamos conversar, antes de acertarmos nossas contas.
- Onde está ela?
- Ei vamos com calma. Primeiro conversamos, depois eu levo você até ela.
Você era meu homem de confiança, meu braço direito e jogou tudo pelo alto por uma mulher, pior que isso por uma detetive. Uma inimiga nossa! Isso foi admissível. Pior que isso me denuncio, contou nossos esquemas, me colocou na cadeia!! Mas sabe o que acontece com traidores não é? Mas desta vez eu mesmo vou fazer o serviço para ter certeza que nem você e nem ela fiquem vivos para conta a história.
- Faça o que tem que fazer logo, mas antes cumpra o que prometeu, me deixe ver CRIS.
- Estou vendo mesmo que está caidinho por ela, vamos até ali, está no quarto.
NICK adentrou ao quarto sob o olhar alerta de Matt para que não tentasse nada.
CRIS o vendo entrar tentou se levantar, mas não conseguia, o corpo estava pesado, embora já conseguisse se movimentar melhor.
NICK se aproximou dela e vendo seu estado indagou:
- Você a dopou!
- Lógico, sei que ela da um certo trabalho, foi para o bem dela, senão ela poderia tentar fugir e eu não ia aguentar e poderia matá-la antes da hora. Pode falar com ela, ela vai lhe responder. Já até me enfrentou pouco antes de você chegar. Só o corpo vai ficar pesado por mais algum tempo, tempo suficiente para acertarmos nossas contas.
-CRIS pode me ouvir? Como está?
- Posso. Meu corpo está pesado, parece que estou sem forças, mas no mais estou bem. Você é louco de vir até aqui! Matt vai te matar.
- Sabia dos riscos. Agora não tem como voltar atrás.
Nisso o cel de Matt toca e ele fica transtornado:
- Como assim estão vindo para cá? Que merda.
Apontando a arma pra NICK:
- Vai vamos ter que sair daqui, a polícia esta vindo para cá. Você dirige. Enquanto eu pego a CRIS. Ah não tente nenhuma gracinha, qualquer delize não vou esitar em matar ela bem na sua frente.
Dizendo isso faz CRIS se levantar e se apoiar nele com toda a dificuldade.
Entram no carro.
NICK na direção. Matt e CRIS no banco de trás.
- Para onde vamos? (pergunta NICK nervoso vendo Matt apontar a arma para CRIS).
- Para o porto, vamos dar uma voltinha de lancha. Será impressão ou está ficando um tanto nervoso em NICK? Será que está assim por ver a amada na mira de uma arma? Ou será por estar assim tão pertinho dela? Ciúmes talvez!!!
NICK não disse nada sabia que ele faria de tudo para provocá-lo. Tentou se controlar. Tinha que pensar rápido, para escapar daquela situação , salvar CRIS e não deixar Matt se sair bem daquela situação.
Chegaram ao porto, havia uma lancha preparada já.
CRIS já estava bem melhor mas resolveu fingir que ainda estava dopada. Seus movimentos ainda não tinham voltado por completo.
Matt a levou para dentro da lancha e NICK acompanhou.
A lancha entrou em movimento, Matt havia contratado um piloto.
O plano de Matt era deixar NICK transtornado, o fazendo partir para cima ai ele acabaria com ele.
Então ele diz:
- Tá chegando sua hora, traidores pagam com a vida.
- Você só fica na ameaça, porque não acaba com isso rápido?
- Porque eu gosto de ver o desepero nos olhos das pessoas.
- O que vai fazer depois que me matar? (diz NICK com o sangue frio).
- Pois é eu ia dar um fim nessa aqui também, mas mudei de ideia, acho que vou ficar com ela como refém, até fugir do país.
- Não vai conseguir ir longe, vai ser preso e condenado.
Matt viu que NICK já estava ficando nervoso e passou uma idéia pela cabeça.
- Olha NICK mudei de idéia novamente, depois que te matar, CRIS vai comigo como refém, mas como é muito bonita estou pensando em tê-la em meus braços como mulher, vai ser fácil me deitar com ela é só mantê-la dopada.
Falou isso e beijou CRIS.
Foi a gota d´água pra NICK que parte para o tapa com Matt.
Brigam feio até que se ouve um tiro.
CRIS se assusta, quando vê a camisa de NICK manchada de sangue e ele caindo para trás.
Matt ria.
CRIS empurra Matt que se desiquilibra e cai soltando a arma,
Ela então a pega e dá dois tiros em Matt e diz ao piloto assustado com tudo aquilo:
- Volta para o cais o mais depressa que puder. Usa o rádio para chamar a policia e uma ambulância. Vai, não fica me olhando com essa cara, rápido com isso.
O piloto obedeceu enquanto CRIS constatava que Matt estava morto.
Foi ver NICK.
Sentiu alívio ao ver que respirava, mas não podiam demorar para socorrê-lo.
Chegando ao cais, Harry já estava com as viaturas e uma ambulância. Foi ajudar CRIS que dispensou:
- Harry socarra NICK primeiro, levou um tiro. Matt já era.
- CRIS não parece bem também, não seja teimosa. Espera, está dopada?
- Já tá passando, não se preocupe.
- Você não tem jeito, teimosa feito uma mula, nem sei como conseguiu atirar nesse estado. Se tivesse errado estariam os dois mortos agora.
- Harry sabe dos riscos que corremos, tinha que tentar alguma coisa.
Foram ao hospital onde CRIS foi avaliada e medicada para limpar o organismo dos restos da substância que Matt havia dado.
Esperavam notícias de NICK que estava na sala de cirurgia.
Horas depois receberam uma ótima noticia, a bala tinha entrado e saido sem afetar nenhum órgão importante.
Estava sedado mas que poderia ir para um quarto normal.
Visitas somente no dia seguinte.
CRIS foi para casa, descansaria e voltaria ao hospital no dia seguinte para ver como NICK estaria.
E assim o fez, no dia seguinte lá estava no hospital.
Harry já havia passado logo cedo para recolher o depoimento de NICK.
Bateu ligeiramente na porta e entrou.
NICK esboçou leve sorriso quando a viu:
- Entra CRIS, só não repara que estou um tanto tonto ainda. E você como está?
- Estou bem e estou vendo que você também já está, apesar do tiro.
- É estou bem sim, melhor agora que você veio me ver.
- Pare de graça, não é hora para isso. Está se recuperando ainda.
- Oh mulher durona! Aff quer fazer o favor de baixar a guarda só um pouco!
- É serio vai, temos que ver o que vamos fazer agora que Matt está morto, com certeza tem os seus sócios e eles não vão nos deixar em paz. Então falei com Harry e assim que você melhorar vamos para a Itália. Será nossa primeira parada. Lá vamos trocar de identidade, nos disfaçar, viver em constante proteção.
- Isso vai ser ótimo.
- Como ótimo, vamos passar o resto da vida nos escondendo e você acha ótimo?
- Lógico, otimo porque vai comigo!
- Ei não disse que vou ficar com você. Talvez de lá vá para outro lugar.
- Eu sei que não vai. Não adianta lutar contra o que sente. Quer estar perto de mim.
- Vamos parar por aqui você já falou demais por hoje! Agora descanse. (CRIS desconversou).
- Tudo bem cabeça dura, vamos ver quando eu estiver bom o suficiente e poder chegar bem pertinho de você!
- No mínimo uma semana, seu convencido.
Saiu do quarto e foi falar com o médico que realmente disse que NICK poderia ter alta dentro de uma semana.
De lá seguiu para a delegacia onde Harry já a esperava para colher seu depoimento e acertar os detalhes do programa de proteção á testemunhas.
Foi tudo documentado e seria anexado ao processo contra as denúncias anteriores. A policia tinha já grandes provas e continuariam as investigações para prender os socios de Matt.
Uma semana passou rápido e já estava tudo acertado para a viagem, por isso CRIS decidiu mudar radicalmente o visual.
Deixou os cabelos totalmente loiros, colocou as lentes verdes e foi á uma loja onde comprou vários vestidos e lenços. Decidiu que dali em diante se disfarçaria da mesma maneira como começou sua investigação.
NICK por sua vez decidiu tingir os cabelos de preto e cortou mais curto , mudou tambem sua maneira de vestir, comprou roupas mais sociais.
Chegou em casa e foi fazer as malas, deveriam embarcar o mais rápido possivel.
Usariam passaportes com nomes falsos, CRIS ficou com Amy mesmo e NICK como Alex.
Alguns minutos depois a campainha da casa de NICK toca, ele leva um baita susto quando abre a porta.
CRIS estava na sua frente totalmente diferente, mas linda como sempre:
- Nossa CRIS caprichou no disfarçe heim, se eu não a conhecesse bem, não a reconheceria por nada desse mundo.
- Obrigada. Você também está diferente com seus cabelos escuros, camisa e calça social.
Bem acho que podemos ir então. Quanto mais rápido sairmos daqui é melhor. Temos que embarcar em duas horas. Destino Itália.
No aeroporto CRIS se despediu de Harry:
- Obrigada por tudo meu grande amigo, espero em breve manter contato e saber como estão a continuação das investigações, gostaria tanto de continuar ajudando vocês.
- CRIS eu que agradeço pela ajuda e por anos de colaboração. Sei o quanto queria continuar, mas sabe que não tem como. Corre riscos e está na hora de se proteger. Espero que tenha a vida mais normal possivel, mesmo longe daqui e sempre sendo protegida e mudando de pais.
Abraçaram-se emocionados.
Embarcaram e horas depois chegaram á Itália.
Hospedaram-se em um hotel para descansar da viagem, no dia seguinte iriam para um lugar mais seguro. Agentes disfarçados faziam a segurança de ambos.
Naquele dia CRIS e NICK se falaram pouco.
Longe poderiam viver o amor que ainda nem um nem outro admitiam sentir.
Após descansar um pouco resolveram conhecer um pouco de Veneza.
Passearam de gôndola e foram almoçar em um ótimo restaurante.
O almoço decorria calmamente.
CRIS vai ao banheiro e na volta sem querer esbarra em um homem com a maior pinta de mafioso que diz:
- Ragazza! Penso che si dovrebbe vedere da dove vieni! (Moça! Acho que deveria ver por onde anda!).
- Mi scuso sul posto, signore! Non era mia intenzione!( Peço desculpas pelo ocorrido senhor! Não foi minha intenção!)
- Le scuse saranno accettate solo se la ragazza accetta di prendere un buon vino della mia azienda. (As desculpas serão aceitas se a bela moça aceitar tomar um bom vinho em minha companhia.).
- Mi scusi signore di nuovo, ma ho società. (Desculpe-me senhor novamente, mas já tenho companhia.).
- Bella ragazza non ha capito! Non accetto rifiuto! (Não entendeu linda moça! Não aceito recusa!). Diz segurando fortemente o braço da CRIS.
- Signore, prego! Tu sei il mio braccio male. Lettera per la liberazione! (Senhor, por favor! Está machucando meu braço. Faça o favor de soltar!).
NICK viu a situação e foi lá em defesa de CRIS:
- Avete sentito dire a mia moglie. Rilasciare il braccio della sua ora! (Não ouviu minha mulher dizer. Solte o braço dela agora!).
O homem soltou mas ficou muito bravo, pior que isso olhou para NICK e disse:
- Riconosco voi. E 'il traditore di Matt! Piccolo mondo! Io sono uno di quelli che erano con lui! Dannazione! Mi fermo voi! (Estou reconhecendo você. É o traidor de Matt! Mundo pequeno! Sou um dos que mantinham negócios com ele! Desgraçado! Vou acabar com você!)
NICK não pensou duas vezes, agarrou o braço de CRIS e saiu correndo antes que ele puxasse a arma.
A escolta dos dois agiu e prendeu o homem.
Mais tarde no quarto de hotel CRIS e NICK conversavam:
- Sou uma completa pé frio, venho me esconder e olha só. No primeiro dia esbarro em um mafioso e pior em um dos sócios de Matt.
- Muito doido isso que aconteceu hoje! Nunca imaginava que isso poderia acontecer.
- Pior que isso, seu disfarce não está bom! Ele te reconheceu facilmente.
- Ei nem tanto, foi só azar. Pelo jeito temos que ir para outro lugar. Mas para onde?
- Vamos para a França, tenho um amigo por lá, ele vai nos ajudar.
- Tudo bem, sou todo seu, pode me levar para onde quiser. (NICK disse sorrindo).
O que deixou CRIS envergonhada.
Após avisarem as devidas autoridades, embarcaram para a França, mais precisamente Paris.
Lá encontraram Fache, investigador de polícia, amigo de CRIS que os ajudou.
Alugaram uma casa em um condomínio fechado, constantemente monitorado pela polícia, ficariam por lá uns tempos.
Estava ficando cada vez mais difícil esconder os sentimentos que um tinha pelo outro, ainda mais que iam dividir a mesma casa.
Na primeira semana saíram para conhecer vários lugares dentre eles o Arco do Triunfo, a Torre Eifell e o Museu do Louvre.
Num certo dia NICK deitado na cama, estava pensativo, estava difícil sufocar o amor que sentia por CRIS, tomou uma decisão, iria falar com ela.
Foi na porta do quarto dela e bateu:
- CRIS posso entrar ? Precisamos conversar.
CRIS que acabara de sair do banho, enrolada na toalha:
- NICK espera que vou me vestir, já conversamos.
NICK não se contentou em esperar, abriu a porta e foi entrando sob o protesto de CRIS:
- Educado nada heim! Pedi para esperar.
NICK tranca a porta.
- O que pensa que está fazendo?
- Eu não agüento mais esperar, se não resolver logo essa situação vou ficar louco! Está na hora de você me pagar por ter te salvo a vida.
- Então diga logo o que quer como pagamento! Assim ficamos quites e cada um segue seu rumo!
NICK se aproximou, agarrou CRIS pela cintura:
- Eu quero você e mais nada!
CRIS ficou sem fala, só se deixou levar por NICK.
A beijou calorosamente enquanto a deitava na cama.
Percorreu o corpo dela todo com as mãos enquanto tirava a toalha.
Enfim se entregaram ao amor, que começou de maneira nada convencional e que passou por vários altos e baixos mas que a partir desse momento com certeza seria o mais normal possível.
Viveriam cada dia como se fosse o último, aproveitando ao máximo a companhia um do outro, se necessário mudariam novamente de país, mas tanto NICK como CRIS não iam se separar um do outro.
Tinham razões suficientes para ter certeza que a vida os uniu e não havia sido á toa.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A FILHA DO PRESIDENTE


LANINHA era filha única do presidente dos EUA.
Desde pequena teve que conviver com as ausências do pai que vivia em voltas com a política.
Sua mãe falecera logo depois que ela nascera, então só a conhece por retratos e do que o pai contava.
Por ser filha de um importante político, vivia cercada de seguranças, no mínimo dois com ela e mais dois no segundo carro.
Sabia que o pai era super-protetor e sempre recebia ameças, sempre contra ela, mas aquilo a deixava sufocada.
Queria ser como as outras garotas da sua idade, frequentar festas, barzinhos, cinema, sem chamar atenção.
Afinal aqueles “armários” dentro de ternos não passavam despercebidos por onde passavam.
LANINHA, frequentava um conceituado colégio, não tinha muitas amigas por sempre ter que sair de lá direto para casa.
E quando chegava em casa, fazia seus trabalhos escolares e eram raras vezes que saía para algum lugar.
Algumas vezes ia no cinema, em lojas fazer compras, tomar um lanche, não passando disso.
E sua companhia era sempre seus seguranças.
Já havia pedido ao pai para diminuir o total de seguranças mas ele estava irredutivel.
Como não queria contrariá-lo não tocou mais no assunto.
Um final se semana resolveu sair para dar um passeio, tomar um lanche, tomar um ar.
Corria tudo bem, sentou-se em uma mesa na beirada da calçada, pediu seu lanche e ficou a espera dele.
Os seguranças do lado aguardando.
A pedido de Laninha mantinham uma distância maior.
De repente ouve barulho de pneus cantando e um carro atropelando todos que estavam na beirada da calçada.
LANINHA viu que alguém do outro lado da rua veio em sua direção e a salvando de ser atropelada, enquanto seus seguranças com cara de tacho só ficaram observando.
No desespero de salvá-la, ambos haviam caido no chão.
LANINHA se sentiu embaraçada já que sobre ela estava um rapaz forte, tatuado, expressão marcante e perfume inconfundível.
Que nesse momento abriu largo sorriso.
Levantou-se e educadamente estendeu a mão a LANINHA ajudando-a a se levantar também.
Após isso disse com uma voz marcante que fez LANINHA estremecer:
- Está tudo bem? Machucou-se?
- Não me machuquei, estou bem, obrigada poderia ter sido atropelada e você me salvou. (disse ainda trêmula).
- Muito prazer, meu nome é Alexander James Mclean, ou apenas A.J se preferir.
- O prazer é todo meu. Me chamo LANINHA ou para muitos “a filha do presidente”. A maioria nem sabe meu nome, só me conhecem assim.
- Pelo que acabo de ver sofreu um atentado, pelo jeito tem muita gente descontente com o governo do seu pai.
- Isso é. Por isso vivo cercada de seguranças que não me deixam fazer nada, daqui alguns dias não vou poder nem respirar.
Enquanto isso os seguranças de LANINHA imobilizavam o rapaz que conduzia o carro e chamavam a policia.
A.J deu um cartão da empresa de segurança que trabalhava, junto com o telefone de lá, para LANINHA:
- Olhe o cartão da empresa ao qual trabalho, se precisar dos serviços de lá é só ligar. Espero que fique bem, e uma moça linda e cheia de vida, não merece viver presa por causa de ameças.
- Obrigada, é muito gentil, espero encontrá-lo novamente.
Educadamente A.J se despediu de LANINHA, que ficou encantada com ele. Algo dentro dela havia mudado, havia sentido algo de diferente que mais para frente descobriria o que seria.
LANINHA voltou para casa, tomou um bom banho e foi descansar.
Seu pai viria aquele dia jantar com ela, com certeza já devia estar sabendo do que havia acontecido.
Entristeceu com isso, com a ameaça sofrida com certeza ele iria aumentar ainda mas o número de seguranças, e sua vida que já estava restrita ficaria pior.
No começo da noite seu pai chegou e logo foi ao encotro dela:
- Filha querida, você está bem?
- Estou pai, não aconteceu nada graças a um segurança que passava no local.
- Fiquei sabendo, seus seguranças a partir de amanhã serão trocados, falharam hoje, o que quase custou sua vida.
- Olha pai o rapaz que me salvou se chama A.J, ele me deu o cartão da empresa que ele trabalha. (disse entregando ao pai)
- Isso é otimo, ele é segurança então, amanhã vou ligar e ver como são os serviços dessa empresa. Vou pedir para que venha em casa, quero agradecer pessoalmente por te salvo você e ver como trabalham. Dependendo contratarei os serviços.
No dia seguinte bem cedo o pai de LANINHA ligou para o telefone do cartão e pediu para que A.J fosse até na Casa Branca.
A.J ficou nervoso, ia se encontrar com o presidente, não sabia como tratar ou se portar.
Mas se arrumou com apuro, camisa branca e terno preto e um discreto chapéu.
Tomou coragem e foi.
Chegou lá foi levado para uma sala onde aguardou.
Dentro de algum minutos o presidente adentrou a sala e cumprimentou A.J.
Depois de agradecer oque ele havia feito por sua filha e ter ouvido como era o serviço de segurança da empresa ao qual trabalhava ele fez uma proposta:
- A.J quero fazer uma proposta, quero que venha fazer a segurança da minha filha, será um teste, se seus serviços forem realmente bons, trocarei todos os seguranças dela pelo da empresa que você trabalha. O salário não é nada mal.
A.J ficou pensativo por alguns instantes, resolveu aceitar, não pelo salário , mas por LANINHA.
Havia sentido algo a mais por ela. Teria que ser o mais profissional possível mas só de imaginar estar perto dela já fazia seu coração disparar.
LANINHA que estava atras da porta escutando a conversa, pulou de alegria e foi toda feliz para seu quarto.
Deitou na cama e sorria á toa.
No dia seguinte LANINHA se arrumou para ir ao colégio, tomou café e foi ao carro.
Para sua surpresa lá estava A.J, devidamente vestido como no dia anterior. Como estava lindo.
Ele educadamente abre a porta do carro para ela entrar e se acomoda no banco da frente.
Durante o trajeto ficaram calados.
A.J estava seguindo a risca seu trabalho, faria a proteção de LANINHA e só falaria com ela se fosse estritamente necessário.
Chegando ao colégio, A.J entrou com ela, ficaria de aviso na porta da sala. LANINHA não deixou de notar que suas colegas de sala olhavam admiradas pra A.J, não tirava a razão delas realmente de todos os seguranças que havia tido ele era o mais bonito. Sentiu um certo ciúme com isso.
A aula decorreu normalmente e após o sinal A.J acompanhou LANINHA.
Durante o trajeto de volta A.J nota pelo retrovisor um carro preto seguindo a uma certa distância mas muito estranho, ficou de alerta, não deu outra quando pararam no sinal, esse mesmo carro encostou do lado e ele viu um brilho de uma arma, mandou LANINHA se abaixar e tomou o volante do carro, fazendo o outro segurança ficar no seu lugar e saindo em disparada.
O mesmo carro começou a persegui-los e tiros foram ouvidos na lataria do carro que era devidamente blindado.
LANINHA estava em pânico.
A.J muito habilidoso conseguiu fugir.
Pararam em uma delegacia.
LANINHA não parava de chorar e tremia muito, suas mãos suavam frio.
A.J não aguenta e deixa as instruções de não se aproximar e a aconchega em seus braços.
Ela se deixa envolver por aqueles braços fortes. O calor do corpo dele transmitia a sensação de proteção que aos poucos todo o medo foi passando.
O delegado recebeu a denuncia de nova tentativa de atentado e resolveu agilizar nas investigações.
Liberados após o depoimento. A.J levou LANINHA para casa.
Chegando lá o pai dela já estava totalmente transtornado.
Afinal em dois dias sua filha tinha sofrido dois atentados.
Demitiu os outros seguranças, deixando somente A.J que naqueles dias tinha dado conta do trabalho sozinho.
Mais tarde iria ver o que faria, se contrataria outros ou não .
Mas por enquanto resolveu que LANINHA ficaria alguns dias sem ir ao colégio.
O que a deixou desapontada, o colégio era o único lugar que ela ia, agora ficaria totalmente reclusa em casa.
A.J ficaria na Casa Branca caso LANINHA precisasse de alguma coisa.
Uma semana e o pai de LANINHA não havia liberado ela ainda para ir ao colégio.
A.J notava a tristeza dela e resolveu ajudar.
Ela estava sentada na sala tentando ler um livro quando ele se aproxima:
- Tenho notado você muito triste nesses dias que não tem ido ao colégio.
- Verdade sinto falta dos colegas, de conversar com eles.
- Olha vou cometer uma certa loucura propondo isso a você, se seu pai descobrir sou um ex-segurança, mas não posso vê-la triste. Você confia em mim?
- Claro que confiou, me salvou a vida duas vezes.
- Pois bem vamos sair para passear, vamos ao parque de diversões.
- Mas não posso dar um passo sequer sem me reconhecerem.
- Vamos nos disfarçar.
- Você é doido.
- Só um pouquinho. Vou até em casa e já volto com algumas roupas.
- Tudo bem eu espero.
LANINHA abria um grande sorriso, e A.J retribuia com outro.
Foi para sua casa e voltou logo com uma sacola.
Subiram a quarto de LANINHA que foi intruida por A.J a se vestir com uma calça dela mesma, mas ele lhe deu uma camiseta e uma jaqueta dele.
Prendeu o cabelo e colocou um boné e óculos escuros.
LANINHA estava irreconhecível, agora poderia sair sem ser reconhecida.
Desceram e sairam pelos fundos.
A.J pegou seu carro, afinal um carro oficial do governo chamava muita atenção.
Foram ao parque de diversões, LANINHA nunca tinha ido em um.
Seus olhos brilhavam de tanta felicidade.
Passaram o dia todo andando nos brinquedos.
A.J no tiro ao alvo ganhou um lindo gatinho de pelúcia, que deu a ela.
Andaram na montanha russa, tunel do terror.....
Por ultimo iam na roda gigante.
Mas antes pararam para um lanchinho, cachorro quente com bastante molho.
LANINHA se lambuzou toda, fazendo A.J rir, mas todo educado pega um guardanapo de papel e limpa sua boca com todo cuidado.
Olhares se cruzam, mas ambos não dizem nada.
Sobem na roda gigante.
Dão duas voltas e acaba a energia quando eles estavam bem ao alto.
Corações em disparada, LANINHA morria de medo de altura.
A.J muito calmo a ampara em seus braços novamente, a fazendo acalmar.
Um tão proximo do outro, olhos nos olhos, respiração acelerada, estão prestes a se beijar, quando um solavanco anuncia a volta da energia e a roda gigante recomeça a girar.
Descem e resolvem ir embora devido o adiantado da hora.
Chegando em casa, aparentemente ninguem havia notado sua ausência.
- Nem sei como agradecer pelo dia tão perfeito de hoje. (diz LANINHA a A.J)
- Não precisa seu sorriso é o maior agradecimento para mim.
- Fez me descobrir um mundo que nunca havia experimentado.
- Você ainda tem muito o que viver, e ficarei feliz em proporcionar mais momentos como hoje. (dizendo isso se despede dando um leve beijo no rosto de LANINHA que fica enrubecida).
Subiu ao quarto e foi tomar um banho.
Não conseguia tirar A.J dos pensamentos.
Estaria se apaixonando por seu segurança?
Saiu do banho e deitou na cama, pegou a camisa emprestada por ele, tinha o perfume impregnado nela, daquele abraço na roda gigante.
Sentiu o perfume e adormeceu.
Sonhou..........
Sonhou que caminhava pela praia da Califórnia, final de tarde, um lindo por do sol.
Sentou-se a beira mar, a brisa soprava suave fazendo seus cabelos balançarem.
Do meio do mar avisa alguem saindo da água.
Aos poucos a pessoa vai tomando forma, corpo atlético, tatuado, barriga tanquinho, todo molhado. Ela identifica A.J
Ele caminha em sua direção, ela quer falar alguma coisa mas não consegue pois ele se senta ao seu lado e a toma em seus braços a deitando na areia e a beijando ardentemente.
O despertador toca tirando LANINHA do sonho mas deixando a forte impressão daquele beijo.
LANINHA toma seu banho e desce para tomar seu café.
A.J pontualmente já estava no seu posto.
Entreolharam-se e sorriram.
- Então preparada para o dia de hoje? (perguntou ele)
- Acho que sim, o que vamos fazer?
- Tome seu café ai depois eu conto. (disse com um certo ar de mistério).
- Não me deixe curiosa!
- Não conto. (A.J riu da cara que LANINHA fazia).
- Assim não vale. Mas vou tomar o café quero saber logo aonde vamos.
E assim fez, ela tomou rapidamente seu cafe e foi se trocar.
Do mesmo jeito do dia anterior se disfarçou e sairam.
A.J a levou ao cinema para assistirem um bom filme, Os Infiltrados.
Mas quem disse que ambos conseguiam se concentrar no filme.
LANINHA não conseguia esquecer o sonho da noite anterior e A.J estava lutando contra seus sentimentos para não dar um beijo nela.
Estava cada vez mais difícil resistir aos encantos dela, mas ao mesmo tempo tinha receio por ser filha do presidente.
Era a primeira vez que senti algo tão forte por uma garota.
Estava literalmente apaixonado e sentia que ela tambem sentia algo por ele.
Não podia sufocar aquele sentimento por mais tempo e decidiu arriscar.
Pegou a mão dela e apertou com delicadeza a fazendo olhar para ele.
Olhos nos olhos foram se aproximando um do outro, corações disparados, respiração aumentando, arrepios pelo corpo........ prestes a acontecer o primeiro beijo dos dois....... quando a luz se apaga.
A.J acha estranho e resolve tirar LANINHA dali por precaução.
Com muita dificuldade saem do cinema.
Do lado de fora notam uma movimentação suspeita perto do seu carro, pessoas como se procurassem algo.
A.J puxa LANINHA por uma rua estreita, tinham que se afastar logo dali, poderiam ser pessoas querendo cometer um atentado novamente contra ela.
Começa a chover forte, fazendo os dois ficarem totalmente molhados.
Logo mais á frente param, estavam ofegantes por terem saido correndo.
A.J olha LANINHA fixamente, a roupa molhada desenhava perfeitamente as curvas de seu corpo, como uma provocação a seus sentimentos.
LANINHA tambem podia notar o corpo perfeito e sarado de A.J marcados pela roupa molhada.
Ele não consegue mais se segurar, por duas vezes o tão esperado beijo não aconteceu.
Foi se aproximando dela e a encostando no muro, suas mãos fortes envolveram sua cintura, lábios se aproximam do dela, acontecendo o tão esperado beijo caloroso.
Ficaram assim por alguns instantes. Beijos cheios de paixão........
O calor dos corpos não fazia sentir as gotas frias da chuva.
Passado o calor do momento:
- Desculpe-me não pude me controlar, sinto que estou apaixonado por você. Não deveria misturar trabalho com vida afetiva. Mas não estava mais aguentando sufocar isso dentro de mim. (disse A.J cabisbaixo).
- Porque se desculpar, tambem sinto o mesmo por você, desde o dia em que me salvou pela primeira vez. Você mexeu comigo, você me fez viver momentos lindos, me fez viver sensações únicas. Pela primeira vez me senti uma pessoa normal. (diz LANINHA tranquila).
- Já sabe o que as pessoas vão dizer. Interesseiro vai ser a primeira coisa de que vou ser chamado. E acho que seu pai não vai gostar nada de ver a filha dele envolvida com um segurança. (A.J preocupado).
- Não me importa o que digam. Meu pai mal tem tempo para mim, a política sempre em primeiro lugar. Quero ser feliz, e nesse momento estou feliz com você.
A.J sorriu, tirou sua jaqueta e cobriu os ombros de LANINHA. Voltaram ao carro dele, aquelas pessoas estranhas já não estavam mais lá. Ele resolveu levá-la para sua casa, tomar um banho quente, não deixaria ela pegar um resfriado, depois a levaria para casa.
O apartamento dele era simples mas bem organizado e aconchegante.
A.J mostrou onde era o banheiro e emprestou algumas de suas roupas.
Enquando LANINHA tomava banho , A.J trocou de roupa e foi para a cozinha preparar um chá de maçã com canela.
Acabando o banho LANINHA vestiu a camisa de A.J, o mesmo perfume do dia em que o conheceu, estava nas nuvens.
Faria de tudo para ficar com ele, sabia que o pai arranjaria empecilhos, mas queria ser ela mesma uma vez na vida.
Enfrentaria tudo e todos para viver aquele amor.
A.J a esperava para tomarem o chá juntos.
A chuva tinha parado, então A.J resolveu levar LANINHA em casa.
Chegaram e LANINHA se despediu de A.J discretamente.
Ela não se aguentava de tanta ansiedade, para sabe onde ele a levaria no dia seguinte.
Dormiu feito um anjo, mas não sonhou.
Manhã seguinte LANINHA cumpriu a mesma rotina de sempre, tomou seu banho, se arrumou e desceu para o café, mas algo estava errado, havia uma movimentação anormal pela casa. Procurou A.J pela casa e não o encontrou.
Alguma coisa havia acontecido.
Recebe um chamado do pai , no escritório.
Isso não era nada bom , todas as vezes que o pai a chamava no escritorio era para repreendê-la.
Entrou no escritório e se deparou com o pai e A.J sentados no sofá.
Será que seu pai havia descoberto alguma coisa?
Começou a ficar nervosa.
- Sente-se filha, vamos ter uma conversa séria. Hoje recebi novamente uma grave ameaça, não contra mim, mas contra você. Sei que ultimamente tem preferido atingir você pois sabem o quanto és minha jóia mais preciosa e o quanto sofreria se algo de ruim acontecesse com você. Por isso tomei uma importante decisão. Você vai para uma de nossas fazendas, que não sabem que ela me pertence, vai passar uma temporada por lá. Depois disso poderá voltar. Já conversei com A.J e ele irá com você fazer sua segurança.
LANINHA e A.J embarcaram em um helicóptero e horas depois já estavam na fazenda.
O lugar era lindo, calmo, com certeza iam viver dias ótimos por lá.
A casa era grande, tinham muitos empregados.
Cada um se acomodou em um quarto. Lógico que seguindo ordens A.J ficaria em um quarto em frente ao de LANINHA.
A.J a protegeria 24 horas por dia.
Na fazenda havia muitas coisas para se fazer, naquele primeiro dia foram fazer um pequenique á beira de uma cachoeira.
LANINHA resolveu dar um mergulho.
A.J não quis entrar tinha receio de alguém ver os dois juntos, decidiu que ficaria somente observando. A vontade de estar com ela era enorme mas tinha que se controlar. O pai dela havia dado ordens de protegê-la naqueles dias e era isso que faria, não sabia como, mas faria.
Ela vendo que ele estava concentrado no trabalho resolveu tornar tudo aquilo mais descontraído, fingiu torcer o pé na pedra e afundou simulando se afogar.
A.J se assusta e não pensa duas vezes, pula na água e nada em direção á ela.
Puxa para a margem, LANINHA finge estar desacordada.
Ele então faz respriação boca a boca.
Ela não aguenta e ri e fala que foi brincadeira.
A.J faz cara de bravo mas ri muito depois.
Depois foram lanchar o que haviam trazido para o pequenique, o tempo havia passado que nem tinham visto.
Voltaram á sede ao entardecer.
Na manhã seguinte sairam cedo, foram cavalgar.
A.J em um cavalo preto e LANINHA em um cavalo branco.
Deu para conhecerem a fazenda toda, voltaram antes do almoço.
Foram guardar os cavalos, não havia ninguem no momento para fazer isso, todos em horário de almoço.
A.J tirou as selas dos cavalos e os guardou cada um em sua baia.
Voltando-se para LANINHA a olhou com desejo.
Aproximou-se, passou as mãos em seu rosto, afagou seus cabelos e não desviando o olhar a beijou repetida vezes.
Deixaram-se rolar sobre um monte de feno que havia no chão, beijando-se apaixonadamente e rindo.
Assustaram-se com um barulho de conversa, levantaram-ser rapidamente e sairam de fininho de lá.
Tomaram um banho, almoçaram, descansaram por meia hora e foram dar um passeio de pedalinho no lago.
A.J um completo cavalheiro pedalou o passeio inteiro.
O clima era de total romance.
Cada vez mais estava dificil esconder o quanto se amavam.
Quando ninguém via, trocavam carinhos e beijos intensos.
Aqueles dias estavam sendo um conto de fadas para LANINHA, seu desejo era que nunca pudesse acordar dele.
No dia seguinte A.J tinha que fazer os relatórios para mandar para a empresa onde prestava serviço, era regra, então nesse dia não sairam para passeio algum.
LANINHA entendeu, passou o dia lendo um livro.
Foram se falar somente no jantar.
Trocaram algumas palavras e foram dormir.
Durante a noite cai um enorme temporal cheio de relâmpagos e trovões.
LANINHA se encolhe toda na cama, morria de medo de fortes chuvas, ainda mais em um lugar afastado de tudo.
Um forte trovão se faz ouvir, ecoando nos corredores desertos da casa.
LANINHA solta um grito, fazendo A.J acordar e sair correndo em direção ao seu quarto.
Entra e vê sob o lençol toda encolhida.
Chega perto e a abraça:
- O que aconteceu? Porque gritou?
- Ai que vergonha, você vai rir de mim. Mas morro de medo de relâmpagos e trovões.
- Não vou rir. Todos nós temos algum tipo de medo.
A.J a olhava com tanta ternura e confiança que ela se sente melhor.
Passado o momento.
A.J vê como estava vestido, na pressa havia saido somente de shorts. Ficou vermelho de tanta vergonha.Gaguejando disse:
- Desculpe-me os trajes, sai correndo e nem me lembrei de vestir.
- Não se preocupe eu entendo.
Disse LANINHA enquanto admirava o físico dele.
Ele a beijou e saiu.
Amanhece o dia.
LANINHA acordou tarde por conta de ter demorado dormir por causa dos relâmpagos e trovões.
Quando desceu para o café não encontrou A.J como de costume.
Estranhou, perguntou a um dos empregados que disse ter visto sair logo cedo.
Aonde teria ido? Não havia dito nada.
Alguma coisa estava errada.
LANINHA subiu ao quarto dele e sabia que o que estava fazendo era errado, mas tinha que descobrir se havia algo de errado com seu amado.
Mexeu em alguns papéis em cima da mesa e viu o crachá da empresa de segurança, virou e descobriu o motivo do sumiço tão cedo de A.J, era o dia do seu aniversário.
Com certeza estava triste, por estar longe da familia e dos amigos.
Lágrimas corriam pela face de LANINHA, sabia como ele estava se sentindo, ela mesmo havia passado vários aniversários sozinha, longe do pai.
Enxugou as lágrimas e resolveu fazer um jantar surpresa para ele.
Armou tudo com as empregadas e pediu para que todas se recolhessem mais cedo.
Seria um jantar somente os dois, á luz de velas.
A.J voltou e ela pode notar o quanto triste estava, mas não disse nada, puxou conversa e fingiu não saber de nada.
Ele tentou se animar mas estava dificil, mas não queria que LANINHA percebesse, disse que estava se sentindo mal e pediu para se retirar.
LANINHA concordou.
A.J se deitou e logo adormeceu, talvez dormindo o dia passasse logo, com certeza no outro estaria melhor.
Enquanto isso LANINHA corria com os preparativos do jantar.
Deixou tudo no capricho antes da 20h.
Subiu ao quarto de A.J e bateu na porta:
- Posso entrar?
- Pode sim. (respondeu com pouco ânimo)
- Vi que estava triste o dia todo hoje, então como você tem me feito feliz esses ultimos dias. Hoje é meu dia de te dar um pouco de alegria. Tome um banho, coloque uma roupa bem bonita e desça, estarei te esperando na sala de jantar dentro de uma hora. Não vou aceitar um não como recusa.
Dizendo isso saiu em direção a seu quarto para se trocar.
A.J não estava com ânimo mas por amor a ela fez um esforço, tomou um banho, colocou uma camisa preta lisa, calça social e ficou esperando dar o horário.
Enquanto isso LANINHA escolhia um vestido na altura dos joelhos vermelho decotado, de alcinha, sapato de salto. Uma leve maquiagem e cabelos soltos.
Desceu antes do combinado e ficou a espera de A.J.
Ele desceu, estava tudo muito vazio, escuro, estranhou.
Uma musica ao fundo começou a tocar:

“You washed away my sad face
You flooded all my empty space
You take away life's heartbreak
And I know with you it's gonna be okay

You're rushing through me
Like water from heaven
I feel you moving through me
Like sand in the sea
And now I feel so alive (so alive)
Knowing something of you is right here
You're right there in my atmosphere
Finally I feel complete
Cause you have rushed over me’’

LANINHA acendeu as velas do castiçal sobre o centro da mesa.
A.J ficou admirado, estava linda, não parecia uma garota, mas sim uma linda mulher.
- Bom resolvi fazer esse jantar para comemorar seu aniversário, notei que passou o dia todo triste, tinha que fazer alguma coisa.
- Como sabe que é meu aniversário. (disse A.J surpreso).
- Desculpa mas logo que acordei e vi que não estava, resolvi dar uma de intrometida e fui no seu quarto, achei seu crachá da empresa e vi a sua data de nascimento. Sei que foi errado invadir seu quarto sem permissão, mas queria descobrir o porque do seu sumiço. Parte é culpa minha, não pode estar com sua família e amigos por estar trabalhando, me protegendo, é o mínimo que poderia fazer para você.
Os olhos de A.J se marejaram, estava mais que claro que LANINHA era a mulher de sua vida.
A.J enfim sorriu naquele dia.
O jantar correu tranquilamente.
Após o término dele A.J se levanta e tira LANINHA para dançar.
Mostrou-se um verdadeiro dançarino conduzindo muito bem LANINHA.
Dançaram alguns minutos e pareceram não se importar com mais nada.

“Don't pretend you're sorry
I know you're not
You know you've got the power to make me weak inside
And girl you leave me breathless
But it's ok
Cause you are my survival
Now hear me say...

I can't imagine life without your love
And even forever don't seem like long enough

'Cause everytime I breathe I take you in
And my heart beats again
Baby I can't help it
You keep me drowning in your love
Everytime I try to rise above
I'm swept away by love
Baby I can't help it
You keep me drowning in your love”.

Ainda sob o efeito daquele momento mágico LANINHA olha no fundo dos olhos de A.J e diz:
- Eu te amo! Nada desse mundo vai nos separar. Minha felicidade vai ser ao seu lado. Quando voltarmos vou dizer tudo a meu pai, ele vai ter que aceitar.
- Também te amo mais que tudo nesse mundo, você estando ao meu lado enfrentarei tudo para ficar junto de você.
LANINHA pega a mão de A.J e sobem para o quarto.
A.J e LANINHA começaram a trocar beijos calorosos.
Ele descia suas mãos pelo corpo dela a fazendo estremecer, enquanto beijava seu pescoço.
Ela desabotoava a camisa dele, tirando-a em seguida. Passou a mão pelo seu corpo atlético, costas e ombros largos. Pode dessa vez notar cada detalhe, suas tatuagens, que via apenas alguns traços, afinal ficava escondidas sob o terno.
Ele delicadamente abria o zíper do vestido revelando seu corpo perfeito, a pele macia.
A.J muito carinhoso a beijava repetida vezes.
Entregaram-se ao amor, corpos ardentes, se tornaram um só.
Dormiram abraçados.
Ambos com um largo sorriso no rosto.
Amanhece o dia.
O pai de LANINHA havia decidido ir ver a filha e não avisado ninguém, chegou logo cedo e subiu para bater no quarto.
Resolveu não bater, queria acordar a filha com um beijo.
Abriu a porta devagar e ficou horrorizado com a cena.
Não podia acredita no que via.
Sua amada filha dormindo com o segurança.
Bravo gritou:
- Alguém pode me explicar que pouca vergonha é isso!
LANINHA e A.J acordam assustados.
- Pai! Calma vou explicar!
- Ah vai mesmo, mas antes façam o favor de se vestirem!
A.J e LANINHA entreolharam-se era chegada a hora de contarem toda a verdade e seja o que Deus quiser.
Vestiram-se e logo desceram.
O pai de LANINHA esperava no escritório nervoso.
- Pai!
- Bom podem começar a se explicar, estou esperando.
- Pai! (LANINHA tomando fôlego),. Eu amo o A.J. ele me tem feito muito feliz esse tempo todo que esteve me protegendo. Íamos contar para você quando voltássemos para casa, mas você chegou antes. Desculpa por ter escondido isso de você.
- Sr. Presidente, fui o maior culpado disso, não devia ter misturado as coisas. Mas preciso dizer que também amo sua filha. Acho que abusei da sua confiança, precipitamos os acontecimentos, mas tudo que sinto por ela é verdadeiro.
- Terminaram! Pois bem. A.J está demitido lógico, não vou permitir que minha filha tenha um caso com o próprio segurança. Além disso cheio de tatuagens, o que pensam que meus eleitores vão dizer. E você Laninha vai para um colégio interno.
- Pai não vou a lugar algum, você me trata feito uma criança, será que não percebeu que eu cresci? Não sou mais aquela garotinha. Está tão ocupado com seus eleitores que nem viu o tempo passando. Já sou bem crescida para cuidar de mim mesma, tenho vontades próprias, quero ser feliz. Quero ser uma pessoa normal. Quero sair como as outras pessoas, quero namorar. Mas você não vê isso.
Dizendo isso sai correndo aos prantos do escritório.
A.J fica sem saber o que fazer, mas seguindo o coração vai atrás dela deixando um presidente totalmente arrasado com tudo que acabara de ouvir da própria filha.
LANINHA saiu correndo para fora da sede, sem rumo, há tempos se sentia sufocada e diante da falta de compreensão do pai naquela manhã, tinha colocado tudo para fora. Pensando melhor notou que havia sido um tanto dura com o pai. Mas era tarde, já tinha dito. Não queria de forma alguma deixar A.J, isso nunca aconteceria, nem que tivesse que fugir de casa.
A.J a alcançou e a abraçou com carinho. Não disse nada sabia o que LANINHA estava sentindo, apenas a consolou.
Levou ela de volta á sede, subiu com ela até o quarto e a deixou lá sozinha, apenas disse:
- Confie, tudo vai dar certo. Nosso amor é sincero e verdadeiro, ficaremos juntos.
Disse e foi ao quarto arrumar suas coisas. Com lágrimas nos olhos pegou a mala e saiu, deixando um bilhete sobre a cama para a amada.
Estava cumprindo as ordens do presidente, havia sido demitido. Enquanto ao amor que sentia por LANINHA, saberia esperar.
No escritório o pai de LANINHA tinha o rosto banhado em lágrimas. As palavras da filha tocaram fundo, mas ela estava coberta de razão. Realmente havia sido um pai distante colocando a política acima de tudo e nem sequer acompanhou o amadurecimento da filha. Tinha que admitir que ela não mais lembrava a garotinha de antes, era moça feita, ou melhor já era uma mulher feita. Mas mesmo assim não gostou nada de ver A.J na cama com ela. Não voltaria atrás na decisão da demissão, somente decidiu não manda-la a um colégio interno.
LANINHA parou de chorar tinha que ser forte e se manter firme, uma hora o pai tinha que entender. Foi ao quarto de A.J falar com ele mas o encontrou vazio.
Sobre a cama um pequeno bilhete com o nome dela, na garganta um nó se formava enquanto lia:
“ Meu amor, estou indo embora, não quero causar problemas para você. Seu pai me demitiu vou respeitar a vontade dele. Prometo que darei um jeito de te ver sempre e quem sabe um dia ele me aceite. Fique bem, sua felicidade é a minha. Te amo! Nunca se esqueça disso.
Do seu sempre A.J”
LANINHA desabou no choro. Ficaria longe do seu amor. Estava sem chão e não sabia o que fazer.
No dia seguinte voltaram para a Casa Branca, LANINHA não trocou nenhuma palavra com o pai e muito menos ele puxou conversa.
Subiu ao quarto e se trancou lá, ficou dias sem sair, se recusava a comer, foi ficando pálida e fraca.
Causando grande preocupação ao pai.
A.J tinha um amigo dentre os atuais seguranças dela e ficou sabendo do seu estado, pediu para que entregasse um bilhete á ela:
“Minha querida, reaja, não pode fraquejar agora. Vou tentar vê-la de qualquer jeito, mas quero vê-la bem.
Te amo! Te amo! Te amo!”
Do seu sempre A.J”
O amigo de A.J as escondidas conseguiu entregar o bilhete.
Quando leu toda a expressão de LANINHA se modificou, o brilho no olhar voltou.
Faria como seu amado pedia. Voltou a se alimentar e logo estava bem novamente.
Uma tarde estava no jardim sentada no banco quando sente duas mãos taparem seus olhos, mãos conhecidas, perfume inconfundível, era A.J.
Virou-se e beijaram-se longamente, até que seguranças chegam e fazem A.J se retirar apesar dos protestos de LANINHA.
LANINHA ficou revoltada, seu pai não tinha o direito de impedir sua felicidade. Subiu ao quarto se disfarçou e saiu sem os seguranças perceberem.
A.J estava no apartamento somente de shorts, não queria ficar longe de LANINHA mas não sabia o que fazer.
È tirado dos pensamentos com o toque da campainha.
Vai abrir a porta e se depara com LANINHA, que se atira nos braços dele.
Ele fecha a porta e novamente se entregam ao amor.
A vontade de LANINHA era ficar ali junto de A.J para sempre, mas sabia que se o pai soubesse poderia voltar atrás e manda-la para o colégio interno.
Foi com enorme dor no coração que se vestiu e saiu de lá , tomando o rumo de casa.
Mal sabia ela que corria perigo, logo depois que saiu escondida de casa um carro suspeito, seguiu ela até o apartamento de A.J e ficou esperando.
LANINHA caminhava tranquilamente pela rua, feliz da vida.
O carro seguia ela esperando o momento certo, iriam seqüestra-la. Eram contra o pai dela vencer as eleições novamente.
A..J parece que pressentiu alguma coisa, após ela sair, se vestiu e foi correndo ver se alcançava, iria acompanha-la até em casa.
Virando uma esquina viu ela caminhando distraída, e logo atrás o carro suspeito.
Correu em sua direção o mais que pode, alcançou-a , mas tarde demais, dois caras saíram do carro e tentaram agarrar LANINHA.
A.J revidou nocauteando um deles, desesperado o outro pega uma arma e vai atirar em LANINHA, seria a pior coisa para o presidente, fazendo-o desistir das eleições.
Um tiro se ouve, mas quem cai ao chão é A.J, para salvar a amada ele se colocou na frente dela.
LANINHA se desespera ao ver a camisa dele manchada de sangue, pede socorro, o que demora um pouco para chegar.
Vai com ele até o hospital, está aflita.
Foi com alívio que recebeu a noticia que o tiro havia pegado de raspão, nada de grave, A.J sairia no mesmo dia.
Seu pai ficou furioso quando ficou sabendo da sua fuga, mas tinha que admitir que a culpa era dele por proibir a filha de ver A.J.
Agora tinha enorme gratidão por ele ter protegido a filha novamente, quase perdendo a própria.
Contrariando seu ego foi ate a casa de A.J e pediu desculpas e para alegria de LANINHA o admitiu novamente como seu segurança.
Autorizou o namoro desde que sem maiores abusos, tudo teria seu tempo.
Seu pai venceu as eleições, mas prometeu passar maior tempo com ela.
Mas maior vitória foi a do amor de LANINHA e A.J, provando que nada é impossível.