quinta-feira, 25 de junho de 2009

MUDANÇA DE VIDA





MUDANÇA DE VIDA

Época da Idade Média.
Senhores feudais com suas grandes propriedades, ricos e cheio de poder.
Do outro lado pobres camponeses, trabalhando duro e sendo explorados por eles.
É nesse cenário que começa nossa história........
A.J era filho de um grande Senhor feudal, cheio de terras e muito respeitado na região, ajudava o pai a administrar, mas tinha muitas coisas que não concordava, uma delas de como seu pai explorava os camponeses cobrando altos impostos sobre a utilização do moinho além de ficar com quase toda a produção deles.
Não concordava também com a forma violenta com que os que não pagavam eram punidos, eram presos e torturados.
Do outro lado vivia LANINHA, uma linda camponesa, morava com os pais na colônia.
Ajudava eles no campo, na casa. Vivia sua vida na maior tranqüilidade.
Mas tudo isso estava prestes a mudar....
Naquele semestre a colheita não havia sido boa e estava chegando o dia do pagamento dos impostos.
O pai de LANINHA nem dormia de tanta preocupação, já tinha algumas dívidas que com certeza iriam ser cobradas junto com as atuais.
Sabia que não teria como pagar por causa da falta de produção.
Com certeza o levariam preso, temia por isso. Não queria que sua esposa e sua filha ficassem abandonadas, assim seria mais difícil cuidar das terras e pagar o que deviam.
Chegado o dia do pagamento, os Senhores feudais mandavam seus homens de confiança casa por casa fazer a cobrança.
Na casa de LANINHA , seu pai nervoso não sabia o que fazer.
LANINHA e sua mãe tentavam acalma-lo, em vão.
Batidas na porta são ouvidas.
Eram os cobradores.
O pai de LANINHA abre e explica a situação implorando para que relevassem daquela vez e que o deixassem pagar na próxima colheita.
De nada adiantou, estavam irredutíveis, entraram na humilde casa revirando tudo, achavam que ele estava tentando esconder os valores a serem pagos.
Não acreditaram na versão de que havia tido pouca colheita.
Não encontrando nada, não se deram por contentes.
Um deles começa a ficar nervoso e parte para cima do pai de LANINHA dizendo bravo:
- Não tem como pagar!!!! Vai preso e vai ser torturado. O senhor precisa receber os impostos! (e já vai dando pancadas sem dó e nem piedade).
Apesar da aparência pacata LANINHA tinha um gênio forte, não agüentou e partiu para cima do cobrador.
Pobre LANINHA antes ficasse onde estava.
Além de ser dominada pelo cobrador, fez ele ter uma idéia que mudaria sua vida para sempre.
- Se não tem como pagar levaremos sua filha como pagamento. Aposto que terá utilidade como uma das serviçais da casa do Senhor , pelo menos assim parte da sua dívida será quitada.
O pai de LANINHA se revolta, mas não tem o que fazer diante da concordância da filha:
- Deixa pai, eu vou com eles, trabalho lá e pago a dívida do senhor, em breve estarei de volta não se preocupe.
Em lágrimas seus pais se despedem dela.
LANINHA se mantinha forte no seu propósito, faria de tudo para quitar as dívidas do pai e poder voltar a viver junto deles, poderia demorar mas conseguiria.
Chegando á casa do Senhor LANINHA foi levada ao encontro dele.
Era um senhor altivo, com olhar que impunha respeito, vendo o cobrador entrar com ela disse:
- Mas o que significa isso?
- O pai dela não teve como pagar os impostos, então trouxe a filha para prestar serviços em sua casa, uma forma de pagar o que o pai deve, assim o senhor não fica no prejuízo.
- É fez bem, ela vai trabalhar na cozinha junto com as outras e ser precisar vai arrumar a casa.
Nesse momento A.J chega:
- Pai! Preciso falar com o senhor!
Nem terminou a frase direito, ficou fascinado por LANINHA quando a viu, moça simples, olhar sincero, expressão suave.
Tanto que esqueceu o que ia falar ao pai.
- Fale meu filho!
- Nada não, besteira, nada de importante.
LANINHA foi levada á cozinha onde iria trabalhar, enquanto seu pai explicava o por que daquela moça estar lá.
Embora A.J tivesse ficado fascinado por ela, ela por sua vez nem notou ele.
Para ela, ele era somente o filho do Senhor e consequentemente seria como o pai.
Só de olhar sentia certa repulsa por aquela gente que só queria saber de enriquecer mais e mais, ganhar poder, e não se importando com o sofrimento alheio.
Seu serviço era simples, era ajudar na cozinha e quando o serviço apertava ajudava as outras na arrumação da casa.
A.J depois daquele dia não conseguia parar de pensar nela. Ela havia deixado forte impressão.
Naquela época um “nobre” não podia se relacionar com pessoas de níveis inferiores, eram mal vistos por conta disso. A não ser para se divertirem.
Ele estava cansado das etiquetas, todos se mostravam falsos e interesseiros, tudo em nome de status e poder.
Não nascera para ser igual a todos a quem costumava conviver, se sentia mal no meio deles, suas opiniões sempre iam contra ao que todos diziam por isso evitava ir nas festas organizadas pelos outros Senhores.
Várias famílias estavam interessadas em apresentar suas filhas e propor casamento á ele, afinal seu pai era um dos mais ricos e importantes Senhores da região.
Isso o incomodava, não queria se casar por conveniência, sonhava em se casar por amor.
Ficava observando LANINHA a distância, tinha receio de se aproximar, mas como gostaria de conversar com ela, saber seu nome, saber da sua história, quem sabe ajudar em alguma coisa.
Certo dia LANINHA teve que ir arrumar os quartos, achando que não havia ninguém foi entrando no primeiro, que era o quarto de A.J, ficou totalmente envergonhada quando deu de cara com ele, que havia acabado de sair do banho e estava enrolado ainda na toalha.
- Me desculpe! Vim arrumar o quarto, achei que não tinha ninguém. Volto depois.
Terminou de falar e saia já vermelha de vergonha.
A.J então a segura pelo braço:
- Ei espera, não precisa se desculpar, diga ao menos seu nome.
-LANINHA.
Saiu.......
A.J sorria, enfim ouvira sua voz, suave como uma leve brisa, e mais sabia seu nome.
LANINHA desceu as escadas correndo de tanta vergonha.
Apesar das outras perguntarem o que havia acontecido ela permaneceu muda.
Não sabia explicar o que sentiu quando viu o filho do Senhor só de toalha, foi constrangedor.
Os dias que se seguiram foram normais, LANINHA só ficou na cozinha e raras vezes foi ajudar na arrumação da casa. Cruzou algumas vezes com A.J mas de vergonha nem olhava para ele.
Já A.J sempre que podia a observava de longe.
Certo dia LANINHA fazendo os afazeres na cozinha foi assediada por um dos empregados do Senhor., afinal era bonita. Lascou um bela de um tapa nele e saiu correndo pelo pátio sendo perseguida por ele.
LANINHA tropeça e só não se estabaca no chão porque A.J a segura, e repreende o cobrador:
- O que pensa que está fazendo? Deixe a moça em paz, não quero que a fique a perseguindo. Isso não é um aviso é uma ordem! (disse ríspido).
- Sim senhor, desculpe. (disse retirando-se)
LANINHA pronunciou um baixo agradecimento e saiu correndo.
A.J ficou a observando, a aproximação estava difícil.
De alguma forma LANINHA não queria conversa com ele.
Com razão devia achar que ele fosse como o pai, entristeceu, ela realmente lhe interessava.
Já dentro da casa LANINHA respirou fundo, o jeito autoritário com que A.J havia falado, deixou ela com a certeza que ele era como o pai.
Ficaria longe dele, já bastava o sofrimento que estava passando longe dos pais.
O empregado, de nome Ares, ficou com raiva do acontecido. Queria ter LANINHA, e faria de tudo para isso, nem que tivesse que ser capaz das piores coisas. Daria uma lição nela. Começou a arquitetar alguma coisa, para vê-la sofrer, implorar por sua ajuda.
Sorriu malicioso.
Passou dias observando os hábitos da casa, de LANINHA, e resolveu armar para cima dela. Como tinha livre acesso na casa seria fácil. Além do mais cuidava do calabouço de presos, prendendo ela lá, poderia fazer o que quisesse com ela sem ninguém interferir.
Ares entrou na casa pegou algo de valor e escondeu nas coisas de LANINHA, e depois foi falar com o Senhor, acusando-a de roubo.
O Senhor mandou vasculhar as coisas dela e constatou que era verdade.
LANINHA foi presa no calabouço, escuro, cheio de goteiras, ratos e baratas passado perto de seus pés.
Ares estava na frente dela sorrindo sarcástico:
- Fugiu de mim naquele dia, mas agora não vai fugir mais, está no meu território e aqui quem dita as regras sou eu. Mais tarde vamos ter uma conversinha só nós dois. Agora tenho que fazer mais alguns trabalhos para o Senhor, mais tarde eu volto.
LANINHA tentava se livrar das algemas sem sucesso.
Enquanto isso A.J já estava a par de tudo e não poderia ficar parado, foi falar com o pai.
- Pai não pode deixar ela presa.
- Como não, é uma ladra.
- Releve pai, vai ver fez isso para pagar o que devia e voltar logo para casa.
- Essa gente da ralé não se pode confiar.
- Então eu proponho um acordo.
- Que acordo?
- Quero ela para mim.
- Tem certeza?
- Tenho sim.
- Hum, tudo bem eu autorizo você se divertir com ela, mas quando se cansar ou ela tentar fugir, volta para o calabouço.
- Combinado.
A.J ficou aliviado com a concordância do pai, mas teria que convencer LANINHA a ficar com ele, para não voltar a ficar presa.
Desceu até o calabouço e foi busca-la.
Ares não estava.
LANINHA ao vê-lo estranhou.
Ele meio sem jeito tentou explicar:
- Convenci meu pai a te soltar, desde que fique comigo, no meu quarto, se tentar fugir voltará para cá.
LANINHA fez cara de espanto, preferia a morte em vez de ser usada como um objeto, não iria servir de diversão para ninguém, fechou a cara.
A.J entristeceu, viu que não tinha se expressado bem, com certeza ela tinha entendido tudo errado, estava fazendo aquilo para ela não ficar a mercê de Ares, não queria que ela o odiasse por isso.
Subiu com ela para o quarto, lhe deu algumas roupas para tomar um banho e se trocar. Ficou esperando.
Quando ela saiu se aproximou:
- Olha não me entenda mal, era o único jeito de te tirar de lá.
- Fica longe de mim, não vou ser um brinquedinho na sua mão , nem tenta se aproximar.
LANINHA não dava brecha para ele falar. Não queria ouvir nada do que ele tinha a dizer.
- Vou voltar para casa, fugir daqui. Disse já tomando o rumo da porta.
A.J a agarra e não deixa sair:
- Me solta!!!!!
- Desculpa, não posso, meu pai foi claro se sair daqui ou fugir você volta para o calabouço.
LANINHA se debatia, mas ele era forte.
- Não vai ter jeito vou ter que te prender.
Dizendo isso a prende ao pé da cama:
- Tente entender não quero lhe fazer mal algum.
- Mentira, não confio em você, se não quisesse meu mal me deixaria partir.
- Não! Sabe como meu pai é, acharia você facilmente. Voltaria a ficar presa em dois tempos. E sabe que Ares é impiedoso com fugitivos.
- Grande diferença, sai de uma prisão e vim parar em outra.
- Estou tentando explicar mas está tão rancorosa que nem me entende.
- Você é igual seu pai. Não tente me convencer do contrário.
- Se me conhecesse melhor veria que sou totalmente diferente dele.
Dizendo isso saiu do quarto.
LANINHA ficou pensativa, será que estaria enganada com o julgamento que havia feito de A.J?
Só tempo mostraria a ela a verdade.
Enquanto isso Ares chegava no calabouço e socava a parede com raiva depois de ter sido informado sobre a condição de LANINHA.
Mais uma vez seus planos teriam que ser adiados.
A.J saiu do quarto e foi cavalgar e pensar um pouco.
Afinal o que estava acontecendo com ele?
Não tinha como explicar, mesmo LANINHA tendo lhe tratado mal dizendo que não confiava nele, não conseguia sentir raiva dela.
Só torcia para ninguém descobrir a “mentira” e ela voltar a ser presa.
Um pensamento louco veio a sua cabeça. O único jeito dela ficar livre era se tornando sua esposa.
O difícil estaria em convencer o pai disso, tradicional não iria permitir de forma alguma. Mas e se casassem ás escondidas não teria como voltar atrás.
Sorriu, estava gostando dessa idéia, mas também por outro lado tinha LANINHA, teria que conquista-la de qualquer jeito. Só assim concordaria com aquela loucura.
A.J quando queria sabia ser bem convincente e não desistia de nada facilmente.
Seria um páreo duro.
Voltou para casa.
Entrou na cozinha, arrumou uma bandeja caprichada e subiu para levar para LANINHA.
Encontrou ela sentada no chão e cabisbaixa.
Deixou a bandeja sobre a cama:
- Deve estar com fome, trouxe para você.
- Não quero nada!
- Fazer birra não vai adiantar em nada. Se você é teimosa, também sou. Não sabe o quanto. Então trate de se alimentar para não ficar doente.
LANINHA se calou, no fundo ele estava coberto de razão se não se alimentasse iria ficar doente, e não teria como fugir dali.
Resolveu comer, deixando A.J satisfeito.
A noite estava chegando e estavam com um problema, só havia uma cama no quarto.
A.J deu um voto de confiança soltou LANINHA, mas trancou a porta do quarto e colocou a chave em seu pescoço:
- Vamos ter que dormir na mesma cama.
- Isso não, prefiro dormir no chão mesmo.
- Vai ficar com frio durante a noite.
- Não me importo.
Dizendo isso LANINHA estendeu um fino lençol no chão e se deitou.
A.J gostava de dormir bem a vontade, sem camisa, deitou na cama e logo adormeceu.
LANINHA não estava conseguindo dormir, o chão frio a fazia estremecer. Resolveu se deitar na cama, mas levantaria antes dele e voltaria ao chão, não queria que ele notasse que estava com a razão quando havia dito que passaria frio.
Deitou se bem devagar na cama, olhou A.J sem camisa e no peito a chave do quarto, estava tão perto da sua liberdade mas ao mesmo tempo longe, com certeza ele acordaria se tentasse pega-la.
Estava quase pegando no sono quando sente o braço pesado dele sobre seu pescoço.
A.J era espaçoso.
LANINHA ficou imóvel, como sairia daquela situação agora?
Aquele braço sobre ela a perturbou, era moça ainda e nunca nenhum homem a havia tocado, pela primeira vez pode sentir o calor de um.
Ainda mais que com isso ele havia se aproximado dela na cama, fazendo-a sentir sua respiração.
Não fez nada, ficou imóvel, se mexesse iria acorda-lo.
Esperaria o momento certo para sair dali, mas com isso não dormiu a noite toda, vencida pelo cansaço, adormeceu somente quando amanhecia.
A.J acordou e se assustou ao ver LANINHA ao seu lado, dormindo serenamente.
Tirou seu braço de cima dela e levantou-se devagar. Ela devia ter sentido frio durante a madrugada e deitado a seu lado, deduziu A.J.
Pegou um lençol e a cobriu, vencida pelo cansaço ela nem notou.
Vestiu sua camisa e desceu para tomar seu cafe da manhã.
Deixou a porta do quarto trancada.
A.J saiu e foi ajudar o pai.
LANINHA acordou bem tarde naquele dia, levantou, tomou banho e foi em direção a porta, estava trancada.
Ficou nervosa,. Até quando aguentaria ficar trancada? Aquela situação já estava deixando ela completamente louca.
Na hora do almoço, A.J voltou e foi levar o almoço de LANINHA.
Escutando o barulho da porta LANINHA fingiu dormir.
A.J entrou e colocou a bandeja sobre a pequena mesa do lado da cama, deu um leve toque no ombro dela:
- LANINHA acorda, precisa comer!
- Não sinto fome!(diz abrindo os olhos)
- Tudo bem, vou deixar aqui, coma quando tiver fome.
Dizendo isso foi tomar seu banho.
Saiu do mesmo jeito que LANINHA o viu quando foi arrumar o quarto.
Somente de toalha, ainda com os cabelos molhados e no pescoço a chave do quarto.
LANINHA em um momento de desespero não pensa duas vezes, tinha que sair de lá, estava se sentindo sufocada.
Parte para cima de A.J para tentar pegar a chave.
Não sabia onde estava com a cabeça quando decidiu fazer isso. Não teria chance alguma contra ele.
Mas mesmo assim foi dando tapa nele, que não revidou,apenas a segurou pelos ombros:
- LANINHA pará, está fora de si.
- Quero ir embora, não aguento mais ficar aqui.
- Não pode já expliquei o por que.
A.J foi afastando ela para perto da cama.
Tinha que controlar ela, estava transtornada.
Segurou com força a deitando sobre a cama.
Imobilizada LANINHA foi se acalmando.
A.J agora estava sobre ela, olhando fixamente.
LANINHA ainda mantinha uma respiração ofegante e o coração disparado.
Ele não resistiu e a beijou.
Ela pode pela primeira vez sentir o gosto de um beijo, por segundos ela ficou fora de si.
A.J a largou, tinha se precipitado.
Foi se vestir.
No banheiro ficou pensando no beijo , nos lábios suaves dela.
Enquanto isso LANINHA continuava imóvel sobre a cama, não sabia o que pensar, não sabia o que havia sentido.
Era um sentimento novo que estava surgindo.
Ares cada dia ficava mais nervoso com aquilo tudo, A.J não devia ter tomado aquela atitude, queria LANINHA para ele e ainda iria conseguir.
Era certo que tinha que obedecer ordens do Senhor, mas não perderia para A.J, mesmo que isso lhe custasse caro.
Só esperaria o momento certo para agir.
Não era possível que ele já teria dormido com ela, mesmo sabendo que ela estava no quarto e não saia para nada. Fazia tempo que conhecia A.J e sabia que ele não era como o pai, era todo certinho, ia descobrir o que realmente estava acontecendo.
A.J sai do banheiro e se aproxima de LANINHA que agora estava sentada na beirada da cama.
- LANINHA. (diz meio sem jeito). Desculpe pelo beijo. Não devia ter forçado nada.
Ela permanecia calada.
Ele então pega na mão dela.
- Mas é que você é tão diferente das moças que eu costumo conviver, simples, olhar sincero. Seria a moça perfeita para me casar.
LANINHA arregalou os olhos, não estava assimilando bem o que estava ouvindo.
A.J, continuou:
- Não se assuste, mas é o único jeito de você ficar livre, digo de não voltar a ser presa. Meu pai lógico vai arrumar vários empecilhos para isso não acontecer, mas se fizermos tudo sem ele saber, quando já estiver tudo certo ele não poderá falar nada.
Pela cabeça de LANINHA se passavam várias coisas: “ Ele seria louco de fazer isso. Nunca que um nobre se casava com uma camponesa. E porque estaria fazendo isso? Por pena?” Estava confusa, afinal se casando com ele teria que cumprir com suas obrigações de esposa. A esse pensamento se assustou ainda mais.
- Pense com carinho, no que te acabei de propor, prometo que tudo que farei vai ser para o seu bem.
Dizendo isso saiu do quarto.
LANINHA ficou pensado, pensando, pensando.......
Por um lado até que não era má idéia, casando com ele poderia ajudar os pais a se livrarem da dívida, poderia dar uma vida melhor, poderia ajudar as outras pessoas. Resolveu aceitar mas imporia condições. Eles jamais consumariam o casamento, ele jamais a tocaria novamente. Com esse pensamento, esperou ele voltar para comunicar sua decisão.
Quando A.J voltou foi logo falando:
- Olha a proposta que me fez hoje é verdadeira?
- É sim, garanto que é.
- Pois bem estou vendo que não tenho muita opção de escolha, eu aceito.
Os olhos de A.J brilhavam, ela havia aceitado.
- Mas tem algumas condições para isso.
- Pode dizer. (disse meio desconfiado).
- Caso, mas não vamos consumar nosso casamento, nem vai chegar perto de mim. Quero que me ajude na divida dos meu pais. Que eles sejam deixados em paz. E não quero ficar presa.
- Tudo bem eu aceito. (disse com olhar triste).
Com isso foi falar com o padre.
Que relutou, era contra os princípios da igreja, mas nada que dinheiro não comprasse.
A.J fez uma “doação” volumosa para a igreja e combinaram o dia do casamento.
Mandou uma costureira tirar as medidas de LANINHA para fazer um vestido.
Estava certo que iam casar escondido mas não poderia ser de qualquer jeito.
Dois dias depois A.J sai com LANINHA , causando desconfiança em Ares.
Viu os entrar na igreja, mas como não era chegado a ela, não entrou.
Mal sabia ele que lá dentro LANINHA havia colocado seu vestido de noiva, simples mas lindo, e estava se casando com A.J.
Agora não tinha volta, estavam casados.
A.J chegando em casa iria falar com o pai.
De volta pra casa, foi direto a procura do pai, enquanto LANINHA voltou ao quarto, agora não mais trancado, poderia sair quando quisesse.
- Pai! Preciso conversar com o senhor, um assunto muito importante.
- Fale filho sou todo ouvidos.
- Acabei de me casar com a LANINHA.! (disparou de uma vez)
- Você está louco? Perdeu o juízo? Como casou com uma camponesa? Esqueceu nossas tradições?
- Não estou louco, não perdi o juízo. Me casei sim com ela. E as tradições, nunca fui a favor delas, o Senhor sabe bem disso.
- Vamos anular este casamento agora mesmo.
- Não pai, não quero que faça isso. Uma vez na vida deixe eu decidir o que quero. Não vive dizendo que preciso ser firme nas decisões, que preciso me preparar para substituir o senhor? Pois bem nunca estive tão certo em toda minha vida.
- Você está jogando nosso nome na boca do povo, isso é constrangedor.
- Eu não acho, é uma nova maneira de mostrar para todos que a gente tem que mudar, talvez LANINHA tenha muitas coisas para mostrar e para nos ensinar.
- Está bem, não vou falar mais nada. Pelo visto não precisa mais das minhas opiniões para fazer mais nada, só espero que não se arrependa mais tarde.
- Tenho certeza que não vou me arrepender.
A notícia do casamento de A.J com LANINHA se espalhou rapidamente, causando espanto em todos e vários comentários contra, além de muito choro por parte de várias moças que alimentavam o desejo de casar com ele.
Ares estava furioso com isso. Não acreditava que A.J havia se casado com LANINHA, desta forma ficava mais difícil uma aproximação com ela.
A.J chegou ao quarto e se deparou com uma cena no mínimo estranha, a cama estava dividida em dois por um lençol devidamente esticado sobre uma cordinha de fora a fora do quarto.
- Bom vamos ter que dormir na mesma cama, então cada fica em um lado do lençol. (foi explicando LANINHA).
- Tudo bem. (disse A.J).
No fundo em pensamento: “ Ainda dobro essa mulher”.
Nos dias que se passaram nada de novo aconteceu. LANINHA e A.J continuavam na mesma situação, casados mas não se tocando e nem se falando. LANINHA agora podia sair, circular pela casa, ajudar as outras em alguma coisa, fazia questão apesar dos protestos delas em servi-la e não deixando que fizesse nada.
LANINHA se sentia perturbada em ter que dividir o mesmo quarto que A.J, afinal o via ele de toalha todos os dias, quando acordava era o horário que ele tomava banho, tinha que admitir que ele era muito bonito e qualquer moça se sentiria atraído por ele, mas ela tinha que manter seu propósito, suas metas, não poderia fraquejar agora.
Para A.J também estava sendo penoso ficar junto dela, queria poder beija-la novamente, te-la em seus braços, mas tinha receio de se aproximar novamente.
A.J cumpriu com o prometido livrou todas as dividas dos pais de LANINHA, agora não devia mais nada, fazendo ela ficar feliz.
Bem ou mal ela estava se deixando conquistar por ele, só levaria tempo para admitir isso.
Até seu pai já tratava LANINHA melhor, não havia gostado nada quando se casaram mas estava feito e o jeito era se conformar.
A única pessoa insatisfeita nisso tudo mesmo era Ares, que não engolia de forma alguma o tal casamento.
Tanto que certo dia vendo LANINHA distraída e sozinha se aproximou, segurou seu braço e perguntou:
- Não acredito nessa farsa que você e AJ inventaram, uma hora vou provar para todo mundo que estão mentindo e fazendo o Senhor de otário.
LANINHA estava muda, gelada, nos olhos deles havia muita raiva.
AJ chegou dando um baita soco nele:
- O que pensa que esta fazendo com minha esposa? Fique longe dela! (intimou).
Começaram uma briga feia, até serem contidos pelos outros empregados da casa.
O pai de AJ indagou o motivo, ao qual ele disse que Ares estava perturbando LANINHA.
Com isso Ares ainda tentou argumentar mas não adiantou de nada, foi levado preso para o calabouço e levou uma baita surra. Estava sofrendo tudo que fazia os outros sofrerem.
A.J subiu para o quarto, estava morrendo de raiva de Ares. Quando o viu segurando LANINHA ficou fora de si, não era de briga, mas não agüentou e partiu para cima.
LANINHA foi junto.
Chegando lá:
- Vou cuidar do seu machucado. (disse LANINHA)
AJ estava com um pequeno corte na cabeça que sangrava.
LANINHA pegou algumas coisas para fazer um curativo.
Levava jeito para isso, tinha a mão leve, limpava com cuidado.
Logo terminou.
- Obrigado. (disse AJ)
- Eu que agradeço, machucou-se por minha causa, para me defender.
- Não fiz mais que minha obrigação, sou seu marido. ( disse olhando fixamente para LANINHA).
O olhar dele era se como a deixasse sem reação. Tanto que ele a tomou nos braços e a beijou calorosamente.
LANINHA não reagiu, retribuiu o beijo dado por ele.
O clima foi esquentando, a química foi surgindo, corpos se encaixando.
Entregaram-se ao amor.
Finalmente se tornaram marido e mulher.
No dia seguinte notava-se em seus rostos a expressão de felicidade.
AJ saiu cantarolando enquanto LANINHA dançava pelo quarto, estava nas nuvens.
Foi assim todos os dias que se seguiram.
Até que por obra do destino em uma certa manhã, acordaram com fortes batidas na porta.
AJ acordou assustado, foi atender, péssima notícia para ele, seu pai havia passado mal e infelizmente falecera. Seu mundo de repente desabou, seu pai era sua base, seu tudo, desabou em prantos.
Foi amparado por LANINHA que o consolou.
O funeral estava lotado, afinal o pai de AJ era muito conhecido e importante.
A partir daquele momento AJ teria que tomar o lugar do pai e administrar todas as terras.
Era a chance de mostrar que tinha pulso firme, idéias diferentes e ser justo com as pessoas.
Foi o que fez, parou de cobrar impostos dos camponeses, e cedeu vários benefícios a eles, causando grande admiração dos mesmos e ira dos outros Senhores que começaram a sofrer com as mesmas reinvidicações dos seus respectivos colonos.
Todos ficaram sabendo da suas inovações, inclusive os pais de LANINHA que ficaram felizes, mesmo ainda não ficarem sabendo que ela estava casada com ele.
Com essa noticia das inovações de AJ tinham a esperança que ela voltaria para casa em breve.
O que não tardou a acontecer, certo dia viram cavalos se aproximando, sabiam que eram alguém que trabalhava para o novo Senhor.
Os olhos de LANINHA se encheram de lágrimas quando os viu, saiu correndo para abraça-los, a saudade era imensa.
Seus pais choraram, enfim a filha estava de volta e foram surpreendidos com a notícia que ela estava casada, ficaram mais pasmos ainda quando souberam com quem.
AJ se apresentou e ganhou logo a simpatia dos pais dela.
LANINHA iria leva-los para morar junto. AJ concordou pois estava ganhando uma nova família e tinha certeza que iam ser muito felizes......


FIM



FANFIC BY CRIS SHIMAZAKI